13 de febrero de 2012 | Noticias
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A repressão e a tensão aumentam na Argentina por causa de conflitos territoriais referentes a projetos mineradores que ameaçam a sobrevivência de comunidades rurais e urbanas em várias províncias.
É o caso da cidade de Andalgalá, província de Catamarca, onde há dois anos os habitantes resistem fortemente contra a mineradora “La Alumbrera” e onde, conforme a mídia alternativa argentina, desde o sábado passado está cercada por uma “quadrilha pró-mineração”.
Durante a noite do sábado 11, moradores de Andalgalá foram até praça central como em cada sábado para se manifestarem "contra a megamineração e em defesa de nossos bens comuns". Mas neste sábado a mobilização ocorreu em um contexto de cercamento: “o grupo pro-mineração bloqueou a estrada na entrada ao povo sitiando o lugar e impedindo a saída e entrada de ônibus de qualquer ponto do país. A polícia não está no bloqueio nem impede as ações da empresa”, conforme a Rede Nacional de Mídias Alternativas (RNMA).
A emissora comunitária da Assembleia El Algarrobo que serve de órgão de comunicação daqueles que enfrentam à mineração foi interferida.
Camionetes de empresas contratistas controlam o território e todos os movimentos dos jornalistas. “A empresa e o Estado provincial e nacional invisibilizam os fatos, mas isso não impede que todo o povo se levante e continue agindo em defesa da vida e dos bens comuns”, afirmam os moradores.
O integrante de “El Algarrobo”, Juan José Rodríguez falou com a RNMA: “a força pública está trabalhando com os empresários da mineradora, a justiça e os governos provincial e nacional estão permitindo essas atitudes. Se Bajo la Alumbrera continuar, o povo de Andalgalá vai desaparecer”, advertiu.
A resistência à mineração tem motivado na Argentina o apoio de amplos setores, inclusive os muito urbanos centralizados na Capital federal de Buenos Aires.
No domingo 12 intelectuais e representantes da cultura reunidos no grupo Plataforma 2012 repudiaram a “onda repressiva que vem desenvolvendo-se” em Catamarca e Tucumán “contra as populações que se opõem à megamineração”.
Enfatizaram a situação das populações catamarquenhas de Belén, Santa María e Tinogasta, e a tucumana de Amaicha del Valle, onde nos últimos dias a Polícia exerceu uma repressão aos opositores da mineração.
O Movimento Nacional Camponês Indígena (MNCI-Cloc-Vía Campesina) situam a escalada de conflitos ambientais no que deveria ser um debate sobre “modelos de desenvolvimento”: “se de divisas se trata, de quanta renda, produto de nossa terra se apropria a Mesa de Enlace (corporação dos latifundistas e empresários do agro, especialmente sojeiros) e as transnacionais com o atual modelo agropecuário? Porque não estipular políticas concretas para que o Estado seja o que se aproprie dessa renda?”, questiona o MNCI.
“Deixar em mãos da ’Justiça’ a resolução destes conflitos, é permitir a repressão, porque a maioria dos juízes são sócios e cúmplices dos monopólios”, argumenta a organização camponesa, convocando ao diálogo e ao debate “sério e racional sobre a mineração, de forma participativa e plural com fóruns, e oficinas massivas, bem como plebiscitos e consultas populares em bairros, povos e comunidades sobre o destino que queremos dar a nossos recursos naturais”.
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