A organização, que faz parte da Coordenadora Latino-americana de Organizações do Campo (CLOC-Via Campesina) expressou nessa mobilização que “os tipos de violência são diversos, mas mesmo assim prejudicam a integridade das mulheres, evidenciando quando os altos percentagens de desemprego nas mulheres rurais e o aumento no custo da vida aumenta, as poucas mulheres que podem conseguir trabalhos no campo são assediadas de diversas formas, desde gritos até agressão física ou assédio sexual, mostrando uma clara ação de discriminação trabalhista contra as mulheres rurais”. É o que afirma a proclama dessa mobilização lida por Lilián del Carmen.

Em entrevista com Rádio Mundo Real pelo comunicador da Vía Campesina América Central Leonardo Peña, a dirigenta María Ana Calles refletiu sobre a importância da aprovação recente em El Salvador de uma normativa legal que aumenta as penas para os delitos de gênero.

A nova norma cria o delito de "feminicídio", cujo castigo será maior que o homicídio simples estipulado no Código Penal e prevê penas de até 50 anos de prisão.

“Nós, as mulheres camponesas acreditamos que é importante que essa lei seja aplicada e que a mulher camponesa seja realmente valorizada”, disse Calles.

Disse se sentir satisfeita pela luta que as mulheres estão desenvolvendo e fez um chamado para as mulheres rurais para que se organizem e aprendam a defender sues direitos.

“No campo, se nós falamos recebimos mais ultrajes”, disse Ana Calles na praça pública onde se desenvolvia a mobilização e conferência de imprensa.
Também informou que haverá uma campanha da Vía Campesina sobre a violência de gênero a ser impulsionada em escala internacional e que será implementada também em El Salvador.

Foto: Leonardo Peña