Na sexta-feira passada, 1° de abril iniciou-se o diálogo na casa cultural de Temacapulín entre a Secretaria de Governação Federal e Comissão Nacional da Água (Conagua) e o Comitê Salvemos Temacapulín, Acasico e Palmarejo que vinha bloqueando o acesso às obras da barragem, depois de muitos anos exigindo respeito a seus direitos.

A instalação desta negociação através de mesas temáticas representa uma importante vitória para a comunidade e detém a intenção dos governantes de abrir processos contra os manifestantes pacíficos, possibilidade que já havia sido manifestada pelas autoridades.

No dia 1° de abril, quando os moradores de Temacapulín, a duas horas e meia de Guadalajara, a capital estadual, ouviram o helicóptero que transportava os representantes federais e da corporação que regula o uso e abastecimento da água, perceberam assim que haviam obtido um diálogo negado durante mais de cinco anos.

Assim, os integrantes do Comitê levantaram a ocupação para começar a trabalhar em três mesas temáticas para analisar a situação legal da obra, a violação de direitos e a busca de alternativas a construção da barragem, conforme o Boletín de Prensa.

Esses debates acabarão em uma Mesa Resolutiva que deveria chegar a conclusões a meados do mês de abril. Como parte das garantias exigidas pela comunidade, as partes concordaram em que o governo federal “garanta a não agressão a todas e todos os membros, simpatizantes e assessores do movimento”, bem como parar os processos abertos na justiça.

A comunidade de Temacapulín e o Movimento Mexicano de Atingidos por Barragens e em Defesa dos Rios (Mapder) chamam a estar atentos às conversações e a zelar pelo respeito aos direitos das comunidades atingidas.
No seguinte vídeo podem ser vistas imagens da ocupação e da instalação no sábado 2 de abril dos primeiros momentos de diálogo.

Foto: www.mapder.lunasexta.org