11 de junio de 2009 | Entrevistas | Género
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A expansão do modelo do agronegócio e a abertura econômica em grandes capitais transnacionais intensificou a violência de gênero e a discriminação que sofrem as mulheres no âmbito rural do Brasil.
Foi o que disse em entrevista com Rádio Mundo Real a ativista Arlene Boa, militante do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) do Estado brasileiro do Espirito Santo.
Os impactos que está provocando a expansão das monoculturas de eucaliptos e cana-de-açúcar sobre a agricultura familiar repercutem negativamente na vida cotidiana das mulheres, ao ser elas as encarregadas de administrar insumos básicos como água e alimentos, cada vez mais escassos devidos ao avanço deste modelo.
São também as mulheres as que vivem de forma mais traumática a experiência do êxodo rural aos cordões de pobreza das cidades grandes, fenômeno ligado à expansão do agronegócio.
Os quarenta anos da Aracruz Celulose, a maior produtora mundial, no Espirito Santo falam claramente dos conflitos que provocam os plantíos de eucaliptos, que neste caso desapossaram os povos indígenas Tupinikim e Guarani de suas terras.
Há poucos dias atrás, a Comissão Pastoral da Terra apresentou um estudo que revela que as plantações de cana-de-açúcar e eucaliptos são as que têm apresentado mais quantidade de casos de trabalho escravo em 2008.
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