1ro de abril de 2009 | Entrevistas | Industrias extractivas
A imagem fala mais que muitas palavras: morros de um verde intenso quase tocam as nuvens do céu mexicano. Estes gigantes de rocha são os custódios das comunidades fruticultoras, pecuaristas e camponesas da zona de Coahuayana, Estado de Michoacán ao sul-ocidente do México. Mas si a mineradora Ternium vencer, daqui a poucos anos a postal será um buraco enorme desértico de 2.000 hectares sem rastros de população humana.
Metais industriais e preciosos são o que se disputam as empresas mineradoras, especialmente Ternium, consórcio cujos capitais se vão até a gigante argentina Techint, bem como empresas italianas.
Mas a comunidade local resiste e esta semana suas representantes manterão reuniões cruciais com autoridades do governo mexicano, disse à Rádio Mundo Real Juan Carlos Marmolejo, integrante do coletivo chamado “Guardiões da Floresta”. Onde as corporações vêem ouro e ferro, a comunidade vê a possibilidade de sua sobrevivência, já que a mineração comprometerá as reservas de água doce para consumo humano, animal e irrigação.
A empresa já tem causado um gravíssimo prejuízo ao município de Coahuayana no que diz respeito ao processo de captação, armazenagem e liberação da água de chuva que sustenta a vida de toda esta zona. Por isso, a população se opõe a qualquer atividade na mina chamada La Colomera de Ternium já que têm observado como os trabalhos da mineradora contaminam o rio El Saucito, bem como a floresta e todos os seres vivos dali. Para Marmolejo daqui a 10 anos serão povos sem vida.
Os habitantes exigem duas coisas: que a zona Noroeste do território municipal de Coahuayana que vai de El Saucito até Cerro de la Aguja seja declarada Zona de Conservação Ecológica Municipal. E em segundo lugar que se cancele la concesión de la empresa Ternium en el municipio de Coahuayana.
“Não queremos negociar, nem queremos dinheiro nem os empregos que promete a empresa, porque não há dinheiro nem emprego que possa pagar a vida que aqui está sendo destruída. Só que seja respeitado nosso direito a ter água limpa e que se respeite a dignidade do rio e da floresta”, afirmam as comunidades.