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22 de julio de 2010 | | |

Águas profundas

Cargill denunciada por impactos de porto graneleiro no Brasil

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Brasil apresentou no dia 14 de julho ao Ministério Público Federal (MPF) e a secretaria de Meio Ambiente do estado do Pará um extenso arquivo documental para comprovar os impactos que tem provocado o porto de grãos da corporação Cargill na localidade paraense de Santarém.

O site da CPT explica que os documentos são resultado de um monitoramento das organizações locais que se oporam a sua instalação, e que esse monitoramento foi realizado durante os últimos sete anos, ou seja todo o tempo de funcionamento da terminal portuária.

Durante todo este período, conforme a agência de notícias Adital, o porto da Cargill funcionou sem o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) correspondente e sem as audiências públicas que o avalaran.

“O avanço da fronteira agrícola, na cultura da soja, acirrou conflito no campo brasileiro”, diz a CPT em seu relatório.

A ação civil iniciada pelas organizações sociais contra a multinacional sementeira Cargill –que tem sua base de operações na cidade estadunidense de Minnesota- está fundamentada em que a construção do porto foi levada adiante sem respeitar a legislação brasileira, e tem gerado o desalojamento de comunidades rurais que se dedicavam à agricultura familiar até a chegada da soja.

A CPT apresenta dados do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém, que registra somente nessa cidade a cerca de 500 famílias que abandonaram suas terras como consequência da expansão sojeira.

Conforme a organização “uma das principais ameaças ao ambiente amazônico é a contaminação dos recursos hídricos”, referindo-se ao aumento na utilização de produtos agrotóxicos.

As autoridades competentes, têm estado omissas no controle das atividades no porto da Cargill, e de alguma forma “legalizaram” um crime cometido contra povos que hoje estão em “perigo de extinção”. Outra consequência desta iniciativa privada tem sido o lento crescimento da violência rural, o que inclui ameaças de morte contra autoridades religiosas que têm denunciado os danos das monoculturas sojeiras.

“Cargill significa muito mais do que um porto graneleiro construído na única praia urbana de Santarém. É uma grande ameaça a vida da Amazônia”, concluem na denúncia apresentada ao MPF e a secretaria de Meio Ambiente do Pará.

Foto:
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