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14 de abril de 2011 | |

Todos para a estrada

Indígenas panamenhos voltam a se manifestar contra planos de Martinelli

As relações entre o governo do presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, e as comunidades indígenas não são as melhores; os planos para reformar o código de mineração e o avanço dos megaprojetos hidrelétricos tem gerado duros conflitos.

Desta vez as tensões estão sendo registradas na província de Chiriquí, na fronteira com a Costa Rica, um dos territórios mais complexos em matéria de relacionamento governamental com indígenas.

Há quinze dias atrás, integrantes do povo Ngäbé Büglé, da região de Kodriri, estão mobilizados na Via Panamericana, perto da entrada ao projeto hidrelétrico Barro Blanco, projetado para ser construído sobre o rio Tabasará.

Os manifestantes, conforme a Rádio Temblor, exigem o fim das obras e pretendem deter a saída da maquinaria do ponto do conflito. Afirmam que o governo de Martinelli não tem cumprido com o compromisso de levar em conta o ponto de vista de indígenas e camponeses sobre estes planos de infraestructura.

Uma das demandas incluídas na plataforma foi a presença no lugar do protesto da ministra de Governo, Roxana Méndez, algo que acabou sendo concretizado ontem quarta 13 de abril, conforme o jornal panamenho Estrella.

Após essa reunião os indígenas aceitaram cancelar o bloqueio de estrada , embora permanecerão num acampamento que está instalado à beira do Tabasará.

Manolo Miranda, porta-voz dos manifestantes, responsabilizou a empresa porque começaram os trabalhos de movimentos de terra sem que as populações soubessem o que estava acontecendo, e ameaçou convocar os 17 mil nativos que seriam atingidos pela barragem para se unirem aos protestos.

A plataforma dos povos de Chiriquí inclui outros pontos. A empresa responsável do projeto, Genisa, está atuando ilegalmente, já que apresentou um estudo de Impacto Ambiental que venceu em maio de 2010.

Advertem ainda que as comunidades Ngäbé Büglé serão inundadas “de forma direta” pela inundação de terras, que serão perdidas “árvores centenárias” que estão na zona e que poderiam se extinguir algumas espécies típicas do lugar, como a rã azul de Tabasará.

O mesmo aconteceria com peixes como a boca chica e a tainha, que fazem parte importante da dieta do povo Ngäbé Büglé e que deixarão de existir pelo “obstáculo físico da barragem”, conforme Rádio Temblor.

Foto: Radio Temblor

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