3 de junio de 2009 | Entrevistas | Soberanía Alimentaria
O atual modelo da agricultura está dominado pelo capital financeiro internacional, que através das grandes coorporaçoes globais controla os setores mais importantes da economia.
Bunge, Monsanto, Cargill, Dreyfus e ADM sao as donas dos graos do mundo; o setor lácteo está sob domínio da Nestlé , Parmalat e Danone, e o mesmo acontece com a rede florestal celulósica, na qual sente-se o peso de empresas com Ence, Botnia e Stora Enso.
Em uma entrevista com a RMR, um dos referentes do MST, João Pedro Stedile, afirmou que a expansao dos monocultivos no Cono Sul está levando à destruiçao dos pequenos povoados, e está caracterizada pela alta mecanizaçao e o uso intensivo de agrotóxicos, além de ser um modelo que “ atenta contra a vida”.
“Nem sequer as formigas sobrevivem em uma plantaçao de eucaliptos”, graficou.
Stedile assinalou que o tipo de projetos de investimentos das empresas internacionais depende do nível de subordinaçao dos governos locais que destinam recursos da economia nacional.
“Recolhem o capital das pessoas via impostos ou com bancos públicos e os repartem para que as empresas internacionais, que somente aportam a tecnologia, viabilizem suas plantas na América Latina”, acrescentou.
Os modelos de desenvolvimento que apostam todas suas fichas ao investimento estrangeiro direto estao destinados a “nao produzir alimentos, senao dólares”, e impede qualquer esforço de diversificaçao da produçao.
Por otra parte, Stedile disse que os movimentos socais e intelectuais coincidem em que existem apenas dois antecedentes desse tipo na história do capitalismo industrial: o de 1870 que desembocou na Comuna de Paris e o de 1929 que culminou com a Segunda Guerra Mundial.
“ Esta crise será prolongada como aquelas e terá efeitos sociais ainda mais perversos. Há que buscar saídas populares para a crise, que encontrem soluçoes para os problemas das pessoas”, concluiu.