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8 de marzo de 2012 | | |

Festejamos lutando

Dia Internacional da Mulher: camponesas hondurenhas mobilizadas por seu direito à terra

Milhares de mulheres hondurenhas convocadas pela Via Campesina, a Aliança por la Soberania Alimentar e a Reforma Agrária (SARA) e a campanha “Direto ao assunto” mobilizaram-se nesta quinta-feira na capital do país, Tegucigalpa, para exigir acesso à terra e denunciar a falta de compromisso do Estado nacional com as problemáticas das mulheres do campo.

A marcha reuniu representantes de 16 dos 18 departamentos do país, com participação de mulheres da zona de Bajo Aguán, caracterizada pela extrema violência (incluídos assassinatos) contra a população camponesa.

A manifestação foi realizada nos marcos do Dia Internacional da Mulher. “Pelo direito à terra das mulheres camponesas, originárias e garífunas, todas a se mobilizar neste 8 de março”, expressava a convocatória do protesto. “Pela dignidade das mulheres, exigimos nosso direito à terra”, finalizava o comunicado de imprensa.

Rádio Mundo Real conversou com a coordenadora geral do Conselho para o Desenvolvimento Integral da Mulher Camponesa (CODIMCA, representativo de populações afrodescendentes del país), Leoncia Solórzano, porta-voz do protesto de hoje. O contato foi facilitado pelo ambientalista Francisco Molina, do Movimento Mãe Terra – Amigos da Terra Honduras, colaborador de Rádio Mundo Real em seu país.

Se esperam hoje manifestações de mulheres camponesas em várias partes da América Central com o objetivo de pressionar os governos para que definam estratégias e políticas concretas que garantam o acesso das mulheres à terra. As mulheres da Via Campesina América Central lançarão a campanha regional “Pela Dignidade das Mulheres, Exigimos Nosso Direito à Terra”.

Em Tegucigalpa foram convocadas a se encontrar na Praça Colprosumah, para marchar até o Congresso Nacional, com uma parada na Casa de Governo, para exigir ao presidente sucessor da Ditadura Porfirio Lobo que terras para morar e trabalhar.

“Nós, as mulheres estamos precisando de um pedaço de terra. Não temos acesso à terra porque a legislação hondurenha sempre nos têm invisibilizado, e como se não existissem as mulheres aqui em Honduras. Todos os que têm um pedaço de terra são homens, mas nós nada”, disse à Rádio Mundo Real.

A dirigente contou que a mobilização é pacífica e que não houve coordenações com a polícia nacional nem com o governo para realizar o protesto. “Fomos às ruas sem estar falando com o governo nem com a polícia, porque acreditamos que temos direito de sair e nos manifestar por nossas necessidades”, expressou Leoncia.

Para Solórzano, o acesso à terra faz parte do antídoto contra a “pobreza extrema que há neste país” e destacou o feminicídio como uma das principais problemáticas que sofrem as mulheres do campo.

A porta-voz do protesto hondurenha destacou a importância das mulheres para a produção de alimentos em seu país e disse que a luta continua até que os governantes “se cansem e nos deem terras”.
Foto: http://www.revistazo.biz

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