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14 de marzo de 2012 | | | |

Mentirosos?

Avança em Marselha o projeto de privatização da água: as vozes de dissentimento

Nesta quarta-feira começa na cidade francesa de Marselha o Fórum Mundial Alternativo da Água, que reúne organizações e movimentos sociais de diversas partes do mundo que trabalham em defesa da água como um direito humano fundamental.

A reunião das redes sociais, que termina no dia 17 de março, é realizada em forma paralela ao Fórum Mundial da Água, conforme o Banco Mundial e o Conselho Mundial da Água, e onde participam os governos. Esse fórum oficial é indicado como promovedor da privatização do recurso pelos grupos da sociedade civil, unidas no chamado Movimento Internacional em Defesa da Água.

Na terça-feira, quando foi conhecida a declaração ministerial do fórum oficial, o correspondente da Rádio Mundo Real em Marselha, Danilo Urrea*, entrevistou a ativista mexicana Claudia Campero, da Coalizão de Organizações Mexicanas pelo Direito à Água (COMDA) e o Projeto Planeta Azul.

A dirigente contou sobre um reunião na segunda-feira em Marselha de representantes do Movimento Internacional em Defesa da Água e dos governos da Bolívia, Uruguai, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Panamá, Nigéria e da administração local da capital francesa, París.

“Procuramos levar uma mensagem comum (à reunião) que deslegitimara o Fórum Mundial da Água, que basicamente tem servido para avançar nos interesses das transnacionais da água”, disse Claudia Campero.

Os ativistas sociais aproveitaram também a reunião para reafirmar aos governantes a necessidade do direito humano à água e destacar quão “problemática” é a economia verde e da agenda para a Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho no Rio de Janeiro.

Outro dos pontos tocados na reunião foi a proposta da sociedade civil de que os fóruns da água sejam realizadas sob a coordenação da ONU e não do Banco Mundial e o Conselho Mundial da Água. “Para nós é muito importante que fique claro que o Fórum Mundial da Água não é um lugar para discutir a questão da água, não é o espaço correto, e esta reunião de certa forma manda essa mensagem”, disse Claudia.

Para a ativista mexicana o fórum oficial “está perdendo presença”, possui muitos “espaços vazios”, e denunciou que os organizadores anunciaram na terça-feira que a declaração ministerial oficial havia sido aprovada por “aclamação”, quando na verdade se “obstaculizou” o desacordo da delegação oficial boliviana. A Venezuela, segundo Claudia, nem sequer foi ao Fórum oficial também em desacordo com o processo de trabalho. “Há uma clara estratégia clara de mentira”, criticou a ativista, “eles continuam falando de consensos falsos”.

Finalmente, Claudia falou sobre as atividades do Movimento Mexicano de Atingidos pelas Barragens e em Defesa dos Rios (MAPDER) em vários estados de seu país, nos marcos da celebração nesta quarta-feira do Dia Internacional de Luta contra as Barragens, pelos rios, a água e a vida.

* Integrante de CENSAT Água Viva – Amigos da Terra Colômbia.
Foto: Claudia Campero, enviada por Danilo Urrea.

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