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18 de mayo de 2012 | | |

Intervenção direta

Entrevista com Berta Cáceres (COPINH-Honduras)

Militares norte-americanos e hondurenhos atiraram de um helicóptero contra população indígena miskita sob o pretexto de combate ao narcotráfico. Estes fatos aconteceram no dia 11 de maio.

Em um contexto hondurenho de militarização e impunidade que não tem terminado desde que em 2009 fora cometido o golpe de estado, a presença de militares norte-americanos, em conivência com os militares locais, continua produzindo vítimas. No país centro-americano morrem 22 pessoas por dia por circunstâncias violentas.

Foi o que contou em entrevista com Rádio Mundo Real, a integrante do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH) a propósito da denúncia feita internacionalmente sobre agressões na zona da Moskitia, território ancestral compartilhado por quatro povos indígenas.

No dia 11 deste mês, agentes da Agência Norte-americana anti-Narcóticos (DEA) e do Exército Hondurenho metralharam desde um helicóptero integrantes da comunidade miskita, dentre elas mulheres grávidas, contou Berta.

“Isto faz parte de uma estratégia de saqueio onde o governo é cúmplice e onde o combate ao narcotráfico não é mais do que uma desculpa”, disse na entrevista Berta. Em um comunicado público, a COPINH exige a liberação dos indígenas que foram presos no dia 11 de maio, a restituição de seus bens materiais –como ferramentas de trabalho- e acrescenta: “nos unimos às demandas dos Conselhos Territoriais, das organizações e Povo Miskito que exige a saída das tropas gringas deste território sagrado e ancestral que tem sido enlutado e que tem sofrido bombardeios e tiros de forma indiscriminada, também acusamos desta atrocidade o exército hondurenho e gringo, nos somamos à demanda de castigo para os responsáveis e que este caso não fique impune”.

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