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18 de Outubro de 2010 | | | |

Água sobre a semente

Resoluções operativas, políticas e de solidariedade no encerramento do Congresso continental do Movimento Camponês

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O V Congresso da CLOC-VC terminou em Quito em meio a uma forte chuva que acelerou os preparativos de retorno dos mais de mil delegados de todos os países da América do Sul, México, América Central e Caribe reunidos na Universidade Central do Equador.

Nas jornadas precedentes houve trovões ameaçando nos 2800 metros de altura da capital da “metade do mundo”, que não acabaram em chuva. Como se a própria Cordilheira andina estivesse pendente desta reunião continental e de seus resultados, foi somente depois de lidas as resoluções operativas, de definição política, linhas de ação e solidariedade com povos reprimidos e em resistência que as gotas começaram a cair. Como regando uma semente plantada coletivamente.

Transição e Carta Orgânica

Dentre as resoluções desta organização de articulação continental para o futuro imediato destacou-se que uma delegação de representantes se entrevistariam nesta semana com o presidente da Bolívia Evo Morales, como o fizeram com o equatoriano Rafael Correa, para transmitir-lhe conforme pediu, os resultados dos debates.

Por sua vez, o hondurenho Rafael Alegría anunciou do coliseu universitário, que a Secretaria Operativa da CLOC permanecerá sob responsabilidade da FENOCIN do Equador, sendo convocada num prazo de ano e meio uma conferência extraordinária no Cone Sul para aprovar definitivamente a Carta Orgânica e iniciar um processo de transição que derive na transição da Secretaria para essa região do continente, preparando o VI Congresso.

Rafael Correa haveria comprometido apoio ao fato de que o Equador continue com a responsabilidade da Secretaria Operativa. Propõe-se também a concretização de um encontro seminário no curto prazo entre organizações participantes do Congresso e representantes de “governos progressistas” para informar-lhes sobre as propostas do movimento camponês articulado na Via Campesina.

Não para informar, mas para aumentar a influência nas políticas oficiais em temas como a reforma agrária integral, a soberania alimentar e a valorização do papel da mulher no meio rural.

Mesmo que algumas sub-regiões tenham lamentado não ter podido concretizar uma Carta Orgânica que fortaleça uma estrutura de movimento que enfrenta severos desafios agora, em geral foi considerada conveniente a aposta em que isso possa ser resolvido em um ano e meio, enquanto constrói-se a identidade da CLOC através do que será a sistematização de todas as suas mesas de trabalho de Quito e as ações concretas através de campanhas, nacionais e regionais, indicaram membros da CLOC à Rádio Mundo Real.

Rafael Alegría, em nome da Comissão Política da CLOC, descreveu a variedade de matizes existentes sobre esta resolução orgânica, indicando que “está claro que somos um movimento e não uma federação, portanto somos uma coordenação de organizações camponesas, indígenas, de jovens e mulheres e continuamos tendo autonomia”.

Também disse que não existem dúvidas quanto ao caráter anticapitalista e a definição ao socialismo da CLOC.

A representante boliviana Leonilda Surita argumentou a favor de que o V Congresso apoie a lei aprovada em seu país contra as práticas racistas, indicando que não somente diz respeito à mídia e sim “para todo o povo”.

Solidariedade

Outro trecho do encerramento do V Congresso da CLOC foi dedicado à leitura de uma declaração de solidariedade com povos em resistência.

Em cada uma das sessões de comissões, assembleia de jovens ou mulheres foram contados arrepiantes relatos de violações dos direitos humanos no meio camponês de muitos países pelo que o componente de denúncia e solidariedade também foi muito importante para o Congresso.

“Vivemos e sofremos a capacidade de destruição e devastação do capitalismo. No entanto, a força de nossas lutas, as formas de unidade que vamos construindo, a revalorização nossas contribuições, nossas visões e culturas, o ressurgimento da vida que vemos em nossos triunfos, nos levam a afirmar que nossas lutas e tarefas nos permitirão desmantelar o capitalismo e construir um campo e um mundo que garantam a dignidade e o bem viver para todos e todas”, indica a resolução de solidariedade com os povos em luta surgida do Congresso.

Foto: Bruna Gati (Equipe de Comunicações V Congresso CLOC)

(CC) 2010 Radio Monde Réel

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