26 de julio de 2011 | Noticias | Industrias extractivas
A organização ecologista Greenpeace publicou um relatório onde denuncia a empresa mineradora de origem canadense Barrick Gold por afetar "seriamente" as geleiras tanto da Argentina quanto do Chile.
No relatório, denominado: “Barrick: Mineração responsável por destruir os geleiras”, indica-se que a empresa está descumprindo com normativas como a Lei de Geleiras argentina através de seus projetos Veladero e Pascua Lama.
Pascua Lama consiste em um projeto de mina a céu aberto para a extração de ouro, prata e cobre situado na província chilena de Huasco e a argentina de San Juan já o projeto Veladero está no noroeste da Argentina, na zona limítrofe entre esse país e Chile.
“O projeto Pascua Lama incluía o transporte de três geleiras do lado chileno (Toro 1, Toro 2 e Esperanza), mas o plano foi proibido e a empresa foi forçada a mudar o projeto para não intervi-los. Porém, em um relatório técnico de 2005 adverte-se que a superfície deles diminuiu de 56% a 70% pelas atividades realizadas por Barrick. Em fevereiro deste ano a empresa foi sancionada por continuar atingindo-os”, é o que se indica em um parágrafo do relatório, que também adverte que Pascua Lama e Veladero estão situados dentro da Reserva de Biosfera San Guillermo da UNESCO e “estão situados em ambiente periglacial, algo proibido pela Lei de Geleiras”.
O relatório documenta as denúncias que têm sido feitas à mineradora canadiense por suas atividades nocivas para os geleiras, e exige que os governos nacionais e provinciais apliquem as leis correspondentes para terminar com o que consideram "impunidade" nas ações de dano ambiental da Barrick.
Greenpeace também referiu-se aos recursos judiciais apresentados por Barrick contra a Lei de Geleiras, considerando-os um bloqueio judicial para aplicar a normativa que significava um ato de “autoincriminação”.
Indica-se ainda no relatório que cerca de 75% do território argentino é árido ou semi-árido, e que estima-se que "a mudança climática atingirá a disponibilidade de água potável na região de Cuyo, que depende em grande medida dos degelos dos Andes", o que torna a atividade mineradora ainda mais negativa para os geleiras.