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8 de Maio de 2013 | |

Semente: ponto de integração

Participantes de curso político/técnico do MPA do Brasil compartilham suas experiências sobre a semente como base de integração camponesa

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No estado de Santa Catarina está se desenvolvendo um curso ma análise sobre o mercado mundial de sementes agrícolas, o sistema de patenteamento e o processo de modificação genética levado adiante por empresas multinacionais destaca-se a importância política, ambiental e social das sementes crioulas em mãos de camponeses e camponesas, bem como de pequenos agricultores.

Fazem parte da temática ampla deste curso internacional, aspectos como o sistema oligopólico mundial das sementes, a ciência e as patentes, o processo de concentração e centralização da oferta de sementes, bem como a privatização das pesquisas e os processos de resistência a este sistema.

A ofensiva das empresas transnacionais para atingir uma legislação que criminalize a conservação, troca e melhoramento de sementes crioulas, faz parte do contexto destes debates.

Com participação de integrantes de diversas organizações do Cone Sul, bem como de Moçambique, o curso conta com um forte componente político e também prático, onde se transmite uma metodologia camponesa de trabalho com as sementes crioulas o que faz parte da acumulação de trabalho do MPA, movimento organizador, de mais de uma década.

Blacia Romero da Coordenadora Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas do Paraguai (CONAMURI), comentou à Rádio Mundo Real que nesse país os cultivos transgênicos avançam desalojando camponeses. Afirmou ainda que a disputa entre o agronegócio e as comunidades atingiu o próprio poder político, provocando o golpe contra o ex-presidente Fernando Lugo.

Sementes e animais

Para Juan Burba, do Movimento Nacional Camponês Indígena da Argentina, o curso fornece elementos de estratégia comum para “nacionalizar a luta da semente crioula” diante da existência no Congresso argentino de um projeto de lei que visa atualizar a regulamentação local conforme as diretrizes conhecidos como “UPOV 91” (União Internacional para a Proteção das Obtenções Vegetais), acentuando a privatização dos recursos fito-genéticos e favorecendo assim as empresas transnacionais.
Juan destacou a presença da multinacional Monsanto na Argentina através da instalação de um macro-silo na localidade de “Malvinas Argentinas” na província de Córdoba para o acondicionamento de sementes de milho transgênico.

Paralelamente a defesa da semente crioula, levando em conta a realidade da produção camponesa e familiar, Juan afirmou que também devem ser reivindicadas as raças de gados crioulos (bovinos, caprinos, ovinos) como parte da defesa da Soberania Alimentar.

Por sua vez, Milcíades Quintana, da Organização de Luta pela Terra (OLT) do Paraguai no amadurecimento de um conceito de reforma agrária integral onde além da problemática de acesso à terra soma-se o controle sobre a semente para a produção de alimentos de qualidade e não em base a sementes industriais e agrotóxicos.

Milcíades considera que o governo do empresário Horacio Cartes, que assumirá nos próximos dias, será um representante dos sojeiros, latifundistas e até narcotraficantes, que responde aos interesses dos onze milhões de hectares de terras griladas que são exigidas pelos camponeses do país, já que atualmente são exploradas por diferentes empresários nacionais e estrangeiros.

A base de um modo de ser

O curso será realizado até o dia 12 de maio e inclui a consideração de aspectos organizacionais tanto da escala familiar, como a comunitária e territorial para a construção de uma estratégia abrangente e ampla de defesa da semente.

O MPA, que tem desenvolvido uma especialização neste aspecto e inclusive participam de processos similares em comunidades camponesas no Moçambique, Venezuela e outros países, indica que isso faz parte de um conceito atualizado e estratégico do modo de produção camponês.

Valter Da Silva, coordenador do curso e integrante da liderança nacional do Movimento comentou à Rádio Mundo Real que a semente é a base do “modo camponês de ser, de viver e de fazer agricultura”, e que portanto, é um ingrediente básico da integração entre as organizações camponesas.

(CC) 2013 Radio Monde Réel

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