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7 de Agosto de 2013 | | | | | |

Enfrentando o modelo de fome

A Aliança pela Soberania Alimentar como instrumento de unidade entre os povos

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Ao chegar a seu fim nesta terça-feira 6 de agosto a Assembleia da Aliança pela Soberania Alimentaria reivindicou-se como um instrumento de unidade dos povos que enfrentam o modelo de produção e distribuição alimentar global, o que mantém em situação de fome a bilhões de pessoas em todo o planeta.

Embora se indique que a criação desta Aliança “não começa do nada”, já que tem base em quase duas décadas de confluência de organizações e redes regionais onde tem surgido e profundidade ao conceito de Soberania Alimentar, a declaração final da Assembleia, celebrada nas proximidades de Bogotá, reconhece a importância de montar as bases desta plataforma para iniciar uma nova fase de confluência e mobilização.

“O objetivo da Aliança é ser o instrumento de unidade dos povos que lutam pela Soberania Alimentar como elemento substancial na construção de um novo modelo de sociedade baseada no Bem Viver e a Soberania dos Povos”, indica a declaração. Para isso, é preciso resistir ao modelo de desenvolvimento imperante “que privatiza os sistemas alimentares, a cultura, saberes e conhecimentos a favor das grandes corporações”.

Desta forma a Soberania Alimentar transforma-se em “princípio, visão e herança construído pelos Povos Indígenas, camponeses, agricultores familiares, pescadores artesanais, mulheres, afrodescendentes, jovens e trabalhadores rurais, que tem se transformado em uma plataforma aglomeradora de nossas lutas e em uma proposta para a sociedade em seu conjunto”.

Para isso, reivindica-se a necessidade de defesa dos territórios entendidos como terras, manguezais, zonas úmidas, águas e florestas, para fortalecer a luta contra a apropriação de terras e a exploração em grande escala; o extrativismo e privatização de bens; a agricultura industrial em grande escala, promovida pela lógica do sistema capitalista ainda predominante que mercantiliza a vida.

“Percorremos este caminho defendendo nossa Biodiversidade a partir das práticas agrícolas tradicionais de nossos povos com base agroecológica, que são uma resposta concreta aos graves problemas globais que sofre nosso planeta”, indica a declaração que será aprovada nesta terça-feira 6 pelos delegados e delegadas à Assembleia.

A Soberania Alimentar com base na Agroecologia é indicada como capaz de superar os grandes problemas ambientais que hoje ameaçam a vida: a desertificação, a mudança climática e a perda de biodiversidade. E também capaz de dar resposta à fome no planeta, e ao aumento inflacionário dos preços agrícolas.

Para a Aliança, a luta pela Biodiversidade inclui a proteção das sementes e o conhecimento tradicional, livre de patentes e de propriedade intelectual. “Contra as ‘Monotecnologias’ tais como os transgênicos, a geoengenharia, etc., que ameaçam, minam, destroem os ecossistemas terrestres e aquáticos e se apropriam ou contaminam os saberes ancestrais. Também significa recuperar e defender a diversidade silvestre e cultivada, especialmente das sementes e animais como patrimônio dos povos”.

Para isso, a Aliança reivindica o caminho da Agroecologia, entendida como “modo de vida que recupera tudo que temos perdido, uma conexão com os saberes ancestrais. É uma força que enfrenta o modelo capitalista; resgata os mercados locais como parte fundamental na preservação dos valores e saberes das comunidades; põe em debate os preços, fomenta a troca como modelo econômico de uma economia social e solidaria”.

Os participantes desta Assembleia fundacional manifestam sua convicção de que “o passo que estamos dando é fundamental na luta por atingir as transformações profundas que nosso Continente requer, diante do esgotamento de um modelo de desenvolvimento que sobre a base do extrativismo em suas diferentes formas marca a continuidade de séculos de desapossamento e extermínio”.

Concluída a Assembleia, os participantes continuarão reunidos para participar da Consulta Regional de organizações da sociedade civil sobre o Marco Estratégico Global do Comitê de Segurança Alimentar Mundial e as definições sobre “investimento agrícola responsável”, da quarta-feira 7 e quinta-feira 8 de agosto.

(CC) 2013 Radio Monde Réel

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