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5 de Fevereiro de 2014 | | | | | |

A mesma bandeira

A agenda política do MST para seu 6º Congresso Nacional

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A apresentação de uma proposta de “reforma agrária popular”, focada na desapropriação de terras dos latifundistas, a produção de alimentos de forma agroecológica e a proteção do meio ambiente, será um dos pontos mais destacados do 6º Congresso Nacional do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil (MST), que se realizará de 10 a 14 de fevereiro em Brasília, capital do país.

“Com esta conjuntura do agronegocio, das transnacionais, do poder midiático, nós não conseguiremos fazer a reforma agrária clássica. (...) A palavra de ordem que nos orientará para a luta dos próximos cinco anos é ’Lutar, construir reforma agrária popular’”, disse a Rádio Mundo Real o dirigente camponês Alexandre Conceição, da Coordenação Nacional do MST.

Conceição explicou que o congresso a meados de fevereiro será “uma celebração”, após um trabalho de dois anos em que toda a base do MST, os assentamentos, acampamentos, e diversos setores do movimento, têm debatido as linhas políticas que vão guiar seu trabalho futuro. “Já temos tudo acordado”, disse Alexandre, explicando que o congresso será a hora do festejo por estes dois anos de debates. Está prevista a chegada de mais de 15 000 delegados das diversas regiões do Brasil e mais de 200 internacionais.

Dentre os pontos da agenda política a tratar, a questão da reforma agrária se destaca. O militante destacou a necessidade de desapropriar os latifúndios para a produção de alimentos com base na agroecología e de forma sustentável.

O dirigente explicou que o governo nacional da presidenta Dilma Rousseff tem sido o pior para a reforma agrária desde a saída da Ditadura, de 1964 a 1985. Esclareceu que isto não se deve a que os governos do PT (Partido dos Trabalhadores) não tenham compromisso com os sem terra, mas sim a que a correlação de forças na interna do governo “torna impossível que eles façam a reforma agrária”.

“Portanto, a reforma agrária será uma tarefa de todos os sem terra do Brasil, que terão que ocupar ainda mais latifúndios e ter outras ferramentas de luta como a destruição de plantios transgênicos”, afirmou Conceição. Haverá reforma agrária “quando for possível uma grande transformação social, que é a luta pelo socialismo”, acrescentou.
O integrante da Coordenação Nacional do MST lamentou que o governo prefira fazer suas alianças com o capital internacional, com o agronegócio, “com a produção de comida com uso de venenos”. Nesse sentido, informou que Brasil já é “bicampeão mundial” no uso de agrotóxicos na agricultura.

Algumas das outras pautas políticas resolvidas e que serão anunciadas no 6º Congresso Nacional do MST são: a luta contra o agronegócio, a crítica ao “Estado brasileiro burguês, que está todo o tempo tentando criminalizar os movimentos sociais e o protesto”, e especialmente a crítica ao governo de Rousseff, que tem bloqueado a reforma agrária “por não desapropriar terras”.

Sobre a criminalização dos movimentos sociais e suas lutas, Conceição responsabilizou especialmente o Poder Judicial e o Legislativo. Existe um forte questionamento do MST ao Poder Judicial. O movimento sem terra brasileiro adverte que esse Poder não age contra os latifundistas, contra seus abusos ao meio ambiente, contra o trabalho escravo que muitas vezes tem se detectado nessas enormes fazendas, contra os assassinos dos sem terra, mas persegue os camponeses em luta, e os criminaliza inclusive usando a força militar.

“O Executivo, onde está a presidenta Dilma, não criminaliza, mas tampouco implementa as políticas de avanço para a reforma agrária, e inclusive abre espaços para essa criminalização”, explicou o representante da Coordenação Nacional do MST.

“Uma verdadeira reforma agrária se faz quando se destrói a perversa concentração de terras que temos no Brasil. Com este governo existe mais concentração, graças ao avanço do agronegócio com o capital internacional em nossa agricultura”, lamentou Alexandre.

Imagen: www.librered.net

(CC) 2014 Radio Monde Réel

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