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16 de Novembro de 2010 | Notícias | Justiça climática e energia
Agroaquecimento global
Relatório científico indica que os agrocombustíveis não mitigam a mudança climática: aprofundam-na
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Uma pesquisa divulgada na semana passada em Bruxelas adverte que a União Europeia (UE) poderia agravar a mudança climática caso continuar com sua política de aumento da produção de agrocombustíveis, provocando graves problemas no plano social e ambiental nos países onde são produzidos os cultivos destinados a sua produção, particularmente os da África.
O estudo, intitulado "Mudança indireta antecipada no uso da terra associada a um maior uso de biocombustíveis na UE: uma análise do desempenho de seus Estados membros", foi elaborado pela pesquisadora Catherine Bowyer, e foi realizado nos marcos do trabalho do Instituto para Políticas Ambientais Europeias (IEEP, sigla em inglês).
A UE pretende que em 2020, 10% do combustível consumido dentro do bloco seja de origem vegetal, justificando esta decisão na redução de gases contaminantes que causam a mudança climática.
No entanto, o estudo indica que a União Europeia deve rever esta decisão, já que ampliar o consumo para esta percentagem, significaria destinar cerca de 69.000 quilômetros quadrados à produção de agrocombustíveis, arrasando ecossistemas naturais e destinando terras que hoje são sustento de pessoas de muito baixos recursos, para alimentar automóveis europeus.
Além disso, o relatório indica que esta mudança no uso da terra não reduzirá as emissões, mas que, pelo contrário, aumentará elas em uma grande percentagem. Por isso, afirma-se que o uso de agrocombustíveis não pode ser considerado parte de uma política de redução ou contenção do problema da mudança climática.
Cinco países europeus serão responsáveis por mais de dois terços do aumento nas emissões por seu aumento no uso de agrocombustíveis: Espanha, Alemanha, Itália, França e Reino Unido.
“A escala do dano que os países europeus causarão com seus planos em relação aos agrocombustíveis é clara: as florestas e a natureza serão destruídas numa escala alarmante para alimentar nossos automóveis”, afirma Adrian Bebb, da Amigos da Terra Europa, num comunicado divulgado pelo grupo escocês da federação ambientalista.
“A consequente liberação de gases de efeito estufa que atingem o clima, fará dos agrocombustíveis um contaminante pior que os combustíveis fósseis. A UE deve revisar urgentemente a sustentabilidade de utilizar agrocombustíveis, e garantir que seu uso não nos leve a mais mudança climática ou destruição ambiental”, disse o ambientalista.
Imagen: http://www.pachakuti.org/
