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27 de Março de 2009 | |

Agrocombustíveis com sede

Entrevista com Silvia Quiroa de El Salvador; há preocupação por “sintonia” de novo governo com Brasil sobre agrocombustíveis

2:48 minutos
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Em El Salvador, como também na maioria dos países da América Latina, a produção de agrocombustíveis compete fortemente com o recurso água para alimentos e comunidades afirmou à Rádio Mundo Real Silvia Quiroa, Diretora Executiva do Centro Salvadorenho de Tecnologia Apropriada (Cesta), que faz parte da federação Amigos da Terra Internacional.

Precisamente essa organização ambientalista alertou nos marcos do Dia Mundial da Água, dia 22 de março, sobre um aparente paradoxo: enquanto que El Salvador está catalogado como um país com escassez de água doce, aparece os promotores de agrocombustíveis na região em sintonia com países como Brasil e Estados Unidos. Este desequilibrio tende a se aprofundar caso não haja uma mudança radical de rumos nas políticas produtivas oficiais salvadorenhas, adverte Cesta.

É que enquanto os camponeses salvadorenhos não encontram ajudas oficiais para a produção alimentar básica, têm facilidades para o cultivo de rícino, cana-de-açúcar ou outros agrocombustíveis.

É evidente, diz Quiroa (que é também Coordenadora da Campanha de Agrocombustíveis da Amigos da Terra Internacional) que esta competição pela água não somente gera escassez do recurso como o prejudica notoriamente já que a produção dos agroenergéticos está muito associada ao emprego intensivo de fertilizantes e agrotóxicos que prejudicam e envenenam as fontes e correntes de água.

O Ministério de Agricultura e Pecuária salvadorenho tem a meta de plantar 3.500 hectares de rícino em pequenas áreas, para produzir diesel, isto é cinco vezes a área que hoje é destinada a isso.

“Na verdade, os fertilizantes são a maior fuente de emissões de óxido nitroso em nível global. Uma tonelada de fertilizante de nitrogênio se traduz em emissões de gás de efeito estufa equivalente a 6.7 toneladas de dióxido de carbono”, diz Quiroa.

Agora, a mudança política no governo salvadorenho com o triunfo nas recentes eleições de parte da Frente Farabundo Martí de Liberação Nacional (FMLN), embora abre espaços de diálogo com a sociedade civil organizada, não garante conforme Cesta uma mudança em matéria de expansão de agrocombustíveis nesse país.

Quiroa chama de “perversa” a forma em que o estado salvadorenho fomenta a produção de matéria-prima para agrocombustíveis.

Silvia Quiroa falou do processo de crescimento dos agrocombustíveis no sul global e manifestou sua desconfiança pela proximidade do presidente eleito Mauricio Funes Luiz Inácio “Lula” Da Silva, destacado promovedor de agrocombustíveis com fins exportadores, especialmente o etanol destilado de cana.

“Quando assuma este novo governo vamos nos reunir com ele para apresentar-lhe nossa proposta de soberania energética e o que surja desse diálogo será fundamental para nosso futuro relacionamento com o novo governo”, concluiu Quiroa.

(CC) 2009 Radio Monde Réel

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