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31 de Agosto de 2011 | | |

Apresentando soluções

Vía Campesina lança novo documentário

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A Via Campesina Internacional está divulgando um novo trabalho documental “em defesa da agricultura camponesa e a soberania alimentar em todo o mundo”, como afirma em seu comunicado.

O trabalho audiovisual abrange temas como a participação de grandes transnacionais no modelo de agricultura industrial, os diversos agronegócios, a perseguição e assassinatos de dirigentes camponeses e a luta dos agricultores por reforma agrária e soberania alimentar.

Repassa inclusive as origens da Via Campesina na década de 90. Trata-se de um movimento de mais de 200 milhões de pessoas, pertencentes a 150 organizações camponesas de cerca 70 países de todos os continentes. Tem justamente a soberania alimentar como principal bandeira política, lançada em 1996.

O vídeo de 20 minutos de duração tem como uma das riquezas principais a presentação de dezenas de vozes camponesas dos diversos continentes, com as particularidades de cada país e região.

Existem realidades que se repetem em todas partes: o capital transnacional no campo, a especulação financeira com alimentos e a terra, o fracasso da agricultura dominada por empresas, a fome e a pobreza, a luta camponesa pela terra, a alternativa da soberania alimentar, a produção orgânica e agroecológica, são algumas delas.

Rádio Mundo Real repassa a seguir algumas das vozes presentes no novo documentário da Vía Campesina Internacional.

O dirigente Paul Nicholson, da Confederação EHNE do País Basco, indica que “as empresas transnacionais estão aqui tratando de ganhar dinheiro com a miséria e a fome dos pequenos agricultores de todo o mundo”.

Já Carlos Marentes, do Projeto de Trabalhadores Agrícolas Fronteiriços, da zona de El Paso, Texas, no limite entre Estados Unidos e México, diz que “em 1976, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), havia 800 milhões de famintos”. “Agora temos mais de 1 bilhão de famintos. Porque? Porque o sistema não quer resolver o problema da fome”, acrescenta Marentes.

A dirigente colombiana Bibiana Royero, da Confederação Caribenha e Latino-americana de Estudantes de Agronomia (CONCLAEA), manifesta que “as multinacionais pensam em se enriquecer cada vez mais, em ver tudo em forma de eficiência, de rentabilidade, de quanto estou ganhando”.

“Não lhes interessa o bem-estar social das pessoas. Essas empresas que dizem ter uma responsabilidade social, todos sabemos bem por quê fazem isso”.

O agricultor Angel Strapazzón, do Movimento Camponês de Santiago del Estero da Argentina (MOCASE), considera que o modelo agrícola industrial imperante “tem transformado os alimentos em finanças, em especulação financeira, e tem transformado a terra em especulação financeira”. “Então não é a preocupação da revolução verde ou a revolução transgênica salvar e solucionar a fome de milhares de milhões de seres humanos, mas que busca dar rentabilidade e maximização do lucro para uns poucos donos dessas grandes empresas”, diz.

Sobre a agricultura industrial controlada pelas empresas, a camponesa Itelvina Masioli, do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil (MST), indica que “essa agricultura é uma agricultura sem gente, que não tem compromisso com a natureza e os seres humanos”.

Por sua vez, Nettie Wiebe, do Sindicato Nacional de Camponeses do Canadá (NFU, sigla em inglês), considera que “a Conferência Mundial da Alimentação (da FAO) e a direção que está tomando a agricultura têm aumentado a fome e temos que mudar esta tendência”. “Estamos oferecendo soluções reais mediante nosso conceito de soberania alimentar, focado na produção local e de pequena escala, adequada ao modelo ecológico das áreas culturais”, acrescenta. Via Campesina promove, conforme Wiebe, “uma agricultura camponesa que não só alimente ao mundo, mas que o alimente melhor”.

A dirigente Maguiorina Balbuena, da Coordenadora Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas de Paraguai (CONAMURI), manifesta que elas lutam “pela recuperação de nossos territórios, que estão sendo ocupados por empresas multinacionais”. “Lutamos por uma produção agroecológica, sã, e para que as famílias indígenas e camponesas se mantenham no campo”, conclui Magui.

Abaixo, o documentário completo da Via Campesina.

Foto: http://seminarioantoniogarcia.blogspot.com

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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