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29 de Novembro de 2011 | | |

Atitudes perigosas

Rodada de imprensa da Amigos da Terra no início das negociações de clima da ONU

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A federação ambientalista Amigos da Terra Internacional (ATI), com presença em 76 países, expressou nesta segunda-feira em Durban (África do Sul) grande preocupação porque vários países desenvolvidos estão tentando eliminar o marco internacional que os obriga a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.

A advertência de ATI chega com o começo hoje das negociações de clima das Nações Unidas (ONU) nessa cidade africana. “Se bem as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa no atual período (do Protocolo de Kioto) são extremamente frágeis e estão repletas de lagoas perigosas como el comercio de carbono, esse tratado brinda el único marco internacional existente legalmente vinculante” sobre cortes de emissões, expressa um comunicado de ATI.

“Ao invés de fortalecer suas metas de redução de emissões e pôr fim às lacunas para promover medidas reais para reduzir essas emissões, Estados Unidos, Japão, Canadá e outros países desenvolvidos pressionam para eliminar o marco estipulado e legalmente vinculante e substituí-lo por um enfoque voluntário”, baseado em “promessas e revisões”, acrescenta o texto.

Amigos da Terra também realizou nesta segunda-feira uma conferência de imprensa dentro do Centro Internacional de Convenções de Durban, onde começaram as negociações oficiais da ONU sobre mudança climática.

A XVII Conferência das Partes (COP-17) “é um momento muito significativo na luta para salvar o planeta e seus povos”, disse na atividade o presidente da ATI Nnimmo Bassey, que destacou que os impactos da crise do clima já são sofridos na África, e mais do que em qualquer outro continente. O dirigente nigeriano destacou que vários países desenvolvidos, e especialmente Estados Unidos, promoveram a ideia de que não deve se esperar acordos obrigatórios sobre reduções de emissões desta COP. “Estamos decepcionados por que países como Japão, Canadá, Austrália e Rússia se unem a essa ideia. A crise que enfrenta o clima é algo que cada nação deveria enfrentar com total seriedade”, manifestou Bassey.

Enquanto isso, a ex-presidenta da Amigos da Terra, Meena Raman, indicou que é necessário que os países estipulem em Durban um segundo período de compromissos dentro do Protocolo de Kioto (o primeiro período termina no fim de 2012) e sem condições, para fortalecer o corte de emissões contaminantes. “Esse é o resultado mais importante, isso é o que queremos e exigimos”, disse a representante de Amigos da Terra Malásia. “No entanto, vemos que isso não seria possível porque os países do Anexo 1 do Protocolo de Kioto (estados industrializados obrigados a diminuir emissões) estão condicionando um segundo período de compromissos ao acordo de outro tratado legalmente vinculante sob a Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática”, acrescentou.

Meena criticou a pressão do Japão, Austrália e Estados Unidos por um acordo baseado em “promessas voluntárias”, ao invés das obrigações legais do Protocolo de Kioto.

Por sua vez, a ativista Lucia Ortiz, da Amigos da Terra Brasil, rejeitou fortemente na rodada de imprensa a aposta nos mercados de carbono e os sistemas de compensação de emissões utilizadas pelos países do Norte para evitar as reduções de emissões em nível nacional. Criticou por exemplo o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), estipulado no Protocolo de Kioto, que tem dado lugar a projetos contaminantes e com graves efeitos sociais em várias partes do Sul global. Destacou os efeitos negativos de projetos hidrelétricos, de monoculturas florestais de grande escala e de incineração de lixo, e questionou a ideia de ampliar os mercados de carbono para a agricultura.

Ortiz falou ainda do Fundo Verde para o Clima, estabelecido na COP do ano passado em Cancún, México. Esse fundo “deve ser colocado em funcionamento aqui, restringindo ou mesmo excluindo totalmente o papel do Banco Mundial, e sem participação do setor privado e dos mercados de carbono como fontes de fundos”, disse. O Fundo Verde para o Clima “deve ter dinheiros públicos, adicionais (para as ajudas ao Desenvolvimento) e ser financiado pelos países desenvolvidos, em linha com suas responsabilidades históricas” pela mudança climática, disse a ativista brasileira.

Na rodada de imprensa também falou o diretor de groundWork - Amigos da Tierra África do Sul, Bobby Peek, que falou do papel do governo sul-africano em temas vinculados à mudança climática, em um país que centra sua produção de energia no carvão e que tem fortes atores transnacionais como principais beneficiários de seu modelo de desenvolvimento.

Veja abaixo o vídeo em inglês com partes da conferência de imprensa da ATI.

Foto: http://www.flickr.com/photos/foei

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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