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16 de Agosto de 2011 | |

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Entrevista com Amado Ferrari, apicultor uruguaio

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A cooperativa apícola CALAPIS reúne cerca de trinta famílias situadas no litoral norte do Uruguai. 95 porcento de sua produção está destinada à exportação, especialmente para a União Europeia, onde a Alemanha é o principal importador de mel do mundo. A apicultura é uma atividade especialmente apta para a produção familiar e sua característica de polinização possui um papel fundamental na preservação da biodiversidade.

Porém, de uma década para cá são muitas as famílias apicultoras que têm sofrido as repercussões da expansão das duas principais monoculturas nesse país: soja transgênica e florestamento. Cada uma delas ocupa um milhão de hectares e sua chegada significa um duro golpe para os apicultores, que veem que a qualidade de suas méis -devido à redução de espécies e portanto o polens que através de seus aminoácidos compõem a “matéria-prima” delas processada na colmeia – e ao mesmo tempo aumentar seus custos de produção, já que é necessário percorrer cada vez mais quilômetros para situar o apiário.

Foi o que disse à Rádio Mundo Real, Amado Ferrari, integrante de CALAPIS e produtor no departamento de Paysandú, há 350 quilômetros ao norte de Montevidéu.

Os apicultores uruguaios conseguiram fazer com que as autoridades proíbam o uso do poderoso inseticida fipronil, aplicado nas monoculturas de árvores para combater a formiga. Dezenas de colmeias foram devastadas por causa do uso massivo deste inseticida, e apesar de estar proibido, os casos de envenenamento continuam aparecendo.

As autoridades do Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca apostam em uma “coexistência” através de um sistema de georreferenciado dos apiários para informar as empresas que realizam as aplicações.

No entanto, a expansão dos cultivos transgênicos tem trazido novas dificuldades para o setor, conforme um recente relatório da organização RAPAL Uruguai. Em seu boletim de julho afirma-se que em 2011 “apicultores alemães realizaram ações na União Europeia contra a importação de mel do Uruguai, argumentando que continha pólen transgênico”, além de tirar “a mel uruguaia do status de produto natural, depois de ter encontrado rastros de transgênicos em várias amostras que seriam vendidas na Europa”.

Conforme o relatório “com a proibição da entrada da mel na Europa por terem detectado pólen de cultivos transgênicos calcula-se que mais de 20 milhões de dólares” perderam-se em comercialização neste ano.

Ferrari explicou que sua organização tenta melhorar a qualidade de vida das famílias dedicadas à atividade apícola e destacou as ameaças que significam as monoculturas, bem como o sistema de arrendamento massivo de terras com destino à agricultura, que expulsou apicultores.
Também falou da variabilidade climática como uma das causas do queda da produção apícola no Uruguai, onde o regime de chuvas seriamente modificado, bem como as florações que são a base da produção da colmeia.

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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