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19 de Julho de 2012 | | |

Ciência e política

Comunidades de San Miguel Ixtahuacán em “risco e agredidas” pela Goldcorp

Susana Caxaj é doutora em Enfermagem, e sua pesquisa sobre impactos da mineração canadense Goldcorp na saúde da população do município guatemalteco de San Miguel Ixtahuacán, departamento de San Marcos, foi fundamental como pontapé inicial do Tribunal de Saúde realizado nessa localidade no fim de semana.

Esse Tribunal, internacional e popular (não vinculante), foi organizado por várias organizações e redes sociais guatemaltecas, centro-americanas e mexicanas. O objetivo foi denunciar as consequências das operações da mina “Marlin” em San Miguel Ixtahuacán, da mina “San Martín” no Valle de Siria, departamento de Francisco Morazán, e de “Los Filos” na comunidade mexicana de Carrizalillo, estado de Guerrero.

Em entrevista com a colaboradora da Rádio Mundo Real Grace García*, Susana destacou que não existiam em San Miguel Ixtahuacán estudos de saúde que analisaram o impacto da Goldcorp na população local. Para a pesquisadora esses estudos eram necessários também para dar sustento científico às denúncias dos moradores.

Foi assim que Susana sentiu a necessidade de pesquisar, falar com as pessoas, focando-se primeiro na saúde psicológica, pelo que o diálogo para atender os dados subjetivos era fundamental. Falou com cerca de 54 mulheres e homens de cerca de 14 aldeias. Há uma “necessidade de combinar a ciência com a política”, destacou a pesquisadora.

A doutora em Enfermagem contou à Rádio Mundo Real que as pessoas denunciavam das “mudanças no ambiente social”, de um crescimento nos casos de violência contra mulheres, mais casos de alcoolismo, problemas de relacionamento em famílias sem antecedentes problemáticos. A mineração tem sido uma “força tremenda para exagerar” problemas já existentes nas comunidades de San Miguel Ixtahuacán, como o da pobreza, ainda mais para gerar novos conflitos de ordem social, destacou.

Neste sentido, Susana denunciou que detectou problemas psicológicos basados em questões ambientais como a falta de água por exemplo. “A saúde não pode ser separada do contexto político que vivem as pessoas”, disse a doutora, que reivindicou o “direito à saúde” das pessoas.

* Integrante de COECOCEIBA – Amigos da Terra Costa Rica.

Foto: Grace García.

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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