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24 de Julho de 2012 | Videos | No al golpe de estado en Paraguay | Direitos humanos | Soberania alimentar
O “golpe de Estado express” que deixou fora da presidência paraguaia Fernando Lugo no dia 22 de junho beneficia os latifundistas e as multinacionais que operam no país e “de fato não foi um golpe só contra o povo do Paraguai mas foi um golpe contra todo o processo de mudanças progressistas que estão em curso na América Latina e contra o processo de re-colonização dos Estados Unidos”.
Foi o que disse o integrante da Coordenação Nacional do Movimento de Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), João Pedro Stédile en vídeo entrevista realizada pelo equipamento de comunicação da Via Campesina Brasil.
“Durante estes últimos anos, a política dos Estados Unidos tem sido tentar cercar os governos que estão tentando fazer uma política independente, como o Mercosul ou a Venezuela”, indica Stédile. Para ele, os motivos alegados contra Lugo nos marcos do julgamento político parlamentar “ninguém acredita neles” e isso “demonstra que “as élites e as oligarquias locais não têm vergonha em se aliar para os métodos do passado”.
Para o economista e referente camponês, as contradições explicitadas pelo golpe no Paraguai resultarão em um fortalecimento da União das Nações Sulamericanas (UNASUR) e da CELAC (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos) para defender as conquistas políticas e sociais por cima da hegemonia de Washington.
Assim, o Paraguai teve sua membresia suspensa no Mercosul, e o isolamento do regime paraguaio mantem-se de forma indefinida, após a primeira reunião do Grupo de Alto Nível da União das Nações Sulamericanas (Unasul) de seguimento à situação desse país.
O grupo não terá nenhum contato com o governo de Federico Franco, produto de um julgamento parlamentar que destituiu o presidente Fernando Lugo, sem respeitar o direito à defesa, foi o que disse o presidente da equipe de seguimento, Salomón Lerner, conforme a agência Prensa Latina.
Paralelamente, nesta terça-feira foi divulgado o relatório público que revela casos emblemáticos de operações irregulares para acaparamento de terras por políticos e latifundistas, enquanto se agrava a crise de milhares de famílias camponesas paraguaias que exigem terra para trabalhar e morar.
Ao longo dos governos anteriores, e principalmente durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), lideranças políticos do Partido Colorado, que apoiou esse regime, e funcionários próximos das estruturas de poder, foram beneficiados dessa forma.
As denúncias da intervenção do Instituto de Desenvolvimento Rural e da Terra voltam a surgir por um projeto apresentado por Federico Franco que visa vender esses terrenos a seus atuais ocupantes.
O plano foi rejeitado pelas organizações camponesas, que propõem que o governo recupere as terras e que as distribua entre as necessitadas famílias de "carperos".
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