O movimento está fazendo isto numa área da empresa de capitais transnacionais Veracel Celulose, onde cerca de 1.500 famílias do MST ocupam desde a primeira semana de abril.

Paralelamente aos cortes de árvores, os sem terra exigem as autoridades de governo que regularizem a situação destas famílias, que apostam num modelo de produção agroecológico, sustentado numa reforma agrária integral, cuja implantação no campo brasileiro, segundo eles, é “urgente”.

No entanto, as condições atuais da ocupação são absolutamente precárias, e os sem terra não contam com a infra-estrutura adequada para “botar raízes” nesse lugar.

Um dos referentes do MST bahiano queixou-se da rapidez com a que o governo encontra soluções para empresas como Veracel e o tempo que leva atender exigências basicos da população.

Partem da base de um compromisso que assumiu o governo da Bahía em 2007 de construir cinco mil casas para famílias sem terra e cerca 1.200 quilômetros de estradas para melhorar o acesso aos acampamentos.

Nesta zona de conflito, próxima à cidade de Eunápolis, existem antecedentes de sentenças judiciais contra esta empresa. A meados do ano passado a justiça federal obrigou a Veracel Celulose a restaurar com vegetação de mata atlântica, zonas que havia plantado com eucaliptos de 1993 a 1996.

Em várias ocasiões o MST da Bahía tem efetuado bloqueios de estrada e ocupação de sedes públicas para denunciar os impactos que tem provocado esta firma na região.

As ações da Veracel Celulose pertencem, em partes iguais, a duas das principais empresas celulósicas mundiais, Stora-Enso e Aracruz, e somente na zona sul do estado da Bahia conta com 205 mil hectares destinados à monocultura de eucaliptos, segundo informação do site oficial do MST.