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8 de Agosto de 2011 | | |

Criminal ambiental

Duas grandes derrotas da Shell por causa de seus desastres ambientais no Delta del Níger

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O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) acaba de publicar um relatório que demonstra a grave devastação ambiental da petroleira anglo holandesa Shell na região nigeriana de Ogonilândia, na zona do Delta do Níger. A empresa leva mais de 50 anos nessa zona.

Quase ao mesmo tempo, o jornal britânico The Guardian informa que a Shell deverá pagar uma multa de centenas de milhões de dólares ao aceitar a responsabilidade total por dois derrames massivos de petróleo na área de Bodo, Ogonilândia. É o resultado de um julgamento feito nos últimos meses em Londres, Inglaterra, pela empresa de advocacia Leigh Day, representando as comunidades de Bodo.

A contaminação petroleira é generalizada em Ogonilândia e a maioria das personas têm estado expostas durante toda a sua vida, indica o estudo do PNUMA, publicado no dia 4 de agosto. Ali afirma-se ainda que a contaminação com hidrocarbonetos chegou a águas subterrâneas em 41 lugares e foi encontrado benzeno (um químico cancerígeno) na água que a população bebe, em níveis 900 vezes mais altos do aceitado pela Organização Mundial da Saúde.

A investigação foi realizada por 50 especialistas internacionais durante dois anos. Foram examinados mais de 200 lugares de Ogonilândia, mais de 5.000 histórias clínicas e mais de 23.000 pessoas participaram nas reuniões com comunidades locais.

O relatório confirma que Shell descumpriu as Diretrizes sobre o Meio Ambiente e Normas para a Indústria Petroleira de Nigéria, seus próprios padrões e, claro, os internacionais. O estudo do PNUMA encontrou também que a atividade pesqueira foi destruída em Ogonilândia e que as zonas úmidas da zona estão muito degradados.

A agência das Nações Unidas fez algumas recomendações de monitoramento e remediação ambiental. Por exemplo, recomendou a criação de um Fundo de Restauração Ambiental para Ogonilândia com um quantia de 1 bilhão de dólares, dinheiro que deveria ser dado pela Shell e o governo nigeriano. A limpeza da região poderia levar de 25 até 30 anos.

Amigos da Terra Internacional manifestou no dia 4 de agosto em um comunicado de imprensa satisfação pelo reconhecimento da PNUMA sobre a crise ambiental em Ogonilândia e a responsabilidade de Shell. A federação ambientalista denunciou durante anos, os destroços ambientais e sociais dessa corporação na região do Delta do Níger. De fato, o grupo nigeriano da Amigos da Terra (Environmental Rights Action), o holandês (Milieudefensie) e comunidades locais têm entrado na Justiça contra a gigante petroleira por esta causa.

Amigos da Terra Internacional pede que a Shell seja responsabilizada pelas conclusões do relatório e que comece a limpar seus desastres imediatamente. Pede ainda que restaure os oleodutos em mal estado e que detenha a queima de gás no Delta do Níger. “A Shell deveria ainda pedir desculpas e compensar as vítimas pelo sofrimento que lhes tem causado”, dizem os ambientalistas.

Esta vitória nos tribunais em Londres pelos delitos da Shell contra as comunidades de Bodo deixa um importante antecedente para as populações atingidas pela petroleira em várias partes do mundo. Muitas delas também pedem remediação ambiental e indenização econômica.

Conforme The Guardian, as comunidades de Bodo contam que a empresa anglo-holandesa só havia oferecido-lhes uma cifra menor a 6.000 dólares, dezenas de bolsas de arroz e de feijão, entre algumas coisas mais, pela dobro ruptura em 2008 do oleoduto trans-Níger Bodo-Bonny. Os derrames pelo cano quebrado devastaram 20 quilômetros quadrados de terras cruciais para a alimentação e vida das populações locais. Acredita-se que levaria cerca de 20 anos para limpar a zona.

Foto: www.foei.org

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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