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10 de Novembro de 2009 | | |

Desumano

Sojeros brasileiros e paraguaios fumigam agrotóxicos em cima de guaranis que reivindicavam suas terra

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A disputa pelo território no Paraguai transforma-se numa guerra onde as armas químicas fazem parte do arsenal dos poderosos.
A presidenta do Instituto Paraguaio do Indígena (INDI), Lida Acuña denunciou publicamente em Assunção que vários sojeiros brasileiros e paraguaios, ao não poder desalojar os moradores ava guaraní de uma propriedade com superposição de título, fumigaram-nos com veneno.

Os incidentes começaram quando os proprietários se apresentaram no terreno ocupado por parte de uma comunidade indígena que lhes impediu entrar. Os fatos transcorreram em Itakyry, departamento de Alto Paraná.

Conforme o Instituto, por causa da agressão o dirigente Luciano Villalba da comunidade de Ysaty e a adolescente Manuela Candia, de 12 anos, estão em estado grave, e outros membros da comunidade apresentam malestares crescentes. Ao todo são cerca de 200 os atingidos pela aplicação de agrotóxicos como medida de “dispersão”.

Na verdade, os indígenas vêm sofrendo atropelos muito além desta recente agressão: meses atrás uma escola foi demolida para iniciar plantios de soja transgênica e o mesmo aconteceu com um cemitério comunitário, removido pelos tratores.

Os agrotóxicos derramados sobre a população também atingiram os cultivos em que estas 700 famílias distribuidas em cinco municípios encontram seu principal sustento alimentar.

O dirigente camponês paraguaio Belarmino Balbuena disse em declarações à agência Prensa Latina que “os setores oligárquicos e grupos responsáveis de agressões contra os povos autóctonos têm todo o apoio dos juízes mais corruptos do Paraguai”.

“Lamentamos muito que no Paraguai continue ocorrendo este tipo de atropelos contra as comunidades mais humildes, como as indígenas que não têm possibilidades de se defender”, disse Balbuena.

Operativo de morte

Os sojeiros apresentaram uma demanda solicitando o desalojamento das comunidades, mas fiscalía foi recusada pelos ava guaraní, e o operativo de desalojamento suspendido.

Foi então que decidiram desalojar à força as comunidades e 6 de outubro desembarcaram em grande número com dezenas de veículos entre camionetes e caminhões, pretendendo despejar os indígenas. Os ava guaraní enfrentaram os agressores exercendo o direito de defesa de suas terras. Imediatamente a comitiva se retirou, mas voltou minutos mais tarde sobrevoando as casas e lançando agrotóxicos sobre aqueles que resistiam.

A agressão causou ações por parte do governo de Fernando Lugo. A Ministra de Saúde Pública do Paraguai, Esperanza Martínez, foi até a zona e constatou o efeito terrível da manobra sobre a população.

“Estas pessoas levaram um banho com um líquido jogado de um avião”, disse a ministra Esperanza Martínez, conforme o jornal ABC Color.

Os sojeiros por sua vez deram a sua versão, que é quase uma piada: para eles houve um vôo de “passeio” e não para fumigações.

A Ministra de Saúde, disse que i caso que atinge os indígenas de Itakyry demonstra o indefesos que estão muitas populações do país. Explicou que isto atinge também camponeses de muitas zonas e inclusive moradores de assentamentos urbanos que, por exemplo, não têm acesso aos serviços de saúde.

Foto: http://www.agencianova.com

(CC) 2009 Radio Monde Réel

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