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26 de Março de 2010 | |

Eucalipto mortal

Aracruz assassina jovem no Brasil

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Um novo assassinato cometido pela empresa Fibria (joint venture entre Aracruz e Votorantim) na comunidade Costa Dorada, município de Mucurí, Estado de Bahía, Brasil, onde essa empresa conta com meio milhão de hectares de plantações florestais.

A vítima neste caso foi Henrique de Souza Pereira, conhecido como “Hique”, de apenas 24 anos, assasinado com um tiro na cabeça por parte de funcionários da empresa Garra, encarregada da segurança para Fibria em seus cultivos florestais.

Também seu pai, Osvaldo Pereira Bezerra, de 53 anos de idade, sofreu as agressões dos para-policiais que lhe fraturaram seu braço esquerdo.

Os homens armados interceptaram pai e filho quando iam em motocicleta para sua casa, acusando-os de roubar madeira na área da empres e assassinaram o jovem. Tudo isto aconteceu no dia 17 de março último.

“Nesta região da Bahía existem 550 mil hectares de plantíos florestais, o que tem gerado conflitos violentos com as comunidades locais”, comentou à Rádio Mundo Real Winfried Overbeek, integrante da Rede de Alerta contra o Deserto Verde.

“Ao longo destes anos os conflitos têm aumentado. As pessoas estão sendo criminalizadas, perseguidas, pelo simples fato de querer utilizar essa madeira de resíduo para fazer carvão ou para alimentar seus fornos e fazer seu farinha de mandioca”, acrescentou. Em 2007, uma morte similar aconteceu no Estado de Minas Gerais.

O processo de instalação destas empresas deve-se à política da ditadura militar brasileira (1964-1985), que agiu como verdadeira promotora delas deslocando comunidades quilombolas e camponesas com “custódia” do Exército.

“Não havia límite à expansão das empresas que ainda tiveram empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem dado bilhões de reais às empresas para as compras de terras. Esta expansão sem limites não teve controle algum: para 550 mil hectares de eucaliptos só há um inspetor dla Fiscalia de Meio Ambiente”.

As florestais utilizam o mecanismo de terceirização em praticamente todas as fases de produção de celulose, mas especialmente para proteger seus monocultivos. No entanto, as organizações de Direitos Humanos têm podido responsabilizar judicialmente às empresas matrizes em diversos processos iniciados. “No caso das empresas de segurança, está claro que alguém deve dar a ordem e é muito óbvio que a empresa tem responsabilidade”, nos diz o ativista.

“Para os que lutamos contra este tipo de projetos, esta morte não pode ser sem sentido. Deve ser um estímulo para aumentar nossa coordenação, entre movimentos sociais, entre as comunidades que lutam, para obter uma articulação que faça que os governos detenham este tipo de projetos”, refletiu finalmente Winfried Overbeek.

Foto: http://www.flickr.com/photos/robvini

(CC) 2010 Radio Monde Réel

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