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20 de Julho de 2011 | |

Falta de seriedade

A CVR de Honduras e sua opinião enviesada do golpe de Estado e dos atores envolvidos

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“Nós nunca podemos determinar a razão específica de porquê se aterriza em Palmerola (base estadunidense em Honduras). A explicação que nos foi dada é de que o avião decolou com pouco combustível de Tegucigalpa (capital hondurenha) e que aterrizou em Palmerola para colocar combustível”.

Foi o que disse presidente da Comissão da Verdade e a Reconciliação (CVR) de Honduras, o ex-vice-presidente da Guatemala Eduardo Stein, à pergunta do jornalista Dick Emanuelsson sobre a participação de atores externos no golpe de Estado hondurenho do dia 28 de junho de 2009. A consulta foi feita em rodada de imprensa onde a CVR apresentou seu relatório final, no dia 7 de julho em Tegucigalpa (vídeo abaixo).

As Forças Armadas, sob a liderança do golpista Roberto Micheletti, raptaram o presidente hondurenho Manuel Zelaya e o levaram em avião até a capital da Costa Rica, San José, passando antes por Palmerola.

“Tampouco podemos saber como lhe avisam e em que momento ao presidente Arias (Óscar, agora ex-presidente costa-riquenho) que o avião presidencial com Mel Zelaya dentro ia para San José”, acrescentou Stein.

O presidente da CVR não considerou a possibilidade de um vínculo entre Estados Unidos, proprietário da base de Palmerola, e o golpista Roberto Micheletti e as Forças Armadas. No entanto, Stein falou do apoio que os governos do Brasil e da Venezuela deram ao mandatário legítimo Zelaya após ter sido deposto.

“Participação internacional houve muita, abundante, variada, mas não era nossa tarefa ir como cirurgião investigando cada uma destas participações se não estavam diretamente vinculadas a um esforço de solução da crise”, disse Stein.

O relatório da CVR, de 800 páginas, tem sido muito criticado por vários setores. O próprio Zelaya, que considerou positivo o fato de o trabalho reconhecer que foi um golpe de Estado que o tirou da presidência, criticou a falta de investigação do estudo sobre aqueles que participaram no golpe e especialmente da atuação estrangeira. Também lamentou as falhas do trabalho na seção sobre violações aos direitos humanos.

A coordenadora geral do Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras (COFADEH), Bertha Oliva, por outro lado, considerou o relatório uma “tragédia” e uma “ofensa”.

“Creio que a ofensa que têm recebido os familiares das mais de 100 vitimas que nós registramos durante o regime tem sido muito forte”, disse Oliva em uma entrevista para televisão dada a Dick e Mirian Emanuelsson. Mas a CVR fala de 12 assassinatos ao todo. O informe é uma “tragédia”, porque agora vão dizer que “já se inicia em Honduras um processo de diálogo, paz e reconciliação”, disse ainda a ativista.

A CVR surgiu de um acordo negociado pelo deposto Manuel Zelaya e o presidente de facto Roberto Micheletti, com a mediação da Organização dos Estados Americanos (OEA) e o governo dos Estados Unidos. Além de Stein, a comissão esteve integrada pelo ex-embaixador do Canadá nos Estados Unidos e Cuba, Michael Kergin, a ex-ministra de Justiça peruana, María Amadilia Zavala, a reitora e o ex-reitor da Universidade Nacional Autônoma de Honduras, Julieta Castellanos e Jorge Omar Casco respectivamente.

A seguir, o vídeo de Dick e Mirian Emanuelsson da seção da conferência de imprensa da CVR em que Stein se refere à participação estrangeira no golpe de Estado do dia 28 de junho de 2009.

Foto: http://www.indymedia.ie

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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