Na mobilização participaram também indígenas e pescadores artesanais, que questionam o processo de concessão de licenças para a construção das usinas e denunciam que tem sido levado adiante com o objetivo de favorecer os grandes grupos econômicos.

“Nós sabemos que todos os argumentos técnicos confirmam a inviabilidade da obra”, é o que afirma-se da organização do protesto, que alertou a sobre a vontade governamental de “transformar os bens naturais em mercadoria”.

Estas mobilizações ocorreram nos marcos da visita do presidente Lula a Altamira, cidade de cerca de 100 mil habitantes situada no estado do Pará, e que é o maior centro povoado às margens do Xingú.

Os protestos continuaram fora do estádio Bandeirão, onde o principal mandatário participou de um ato para anunciar projetos de aplicação de asfalto da Transamazônica, do programa batizado como “Luz para Todos” e a iniciativa de Belo Monte.

“A manifestação foi para deixar um recado ao presidente Lula e creio que conseguimos demostrar que não estamos satisfeitos com a construção de Belo Monte”, afirmou Michel Alves do MAB, conforme o site de notícias Adital.

Por outro lado, um relatório da agência de notícias IPS afirma que as obras para a construção da hidrelétrica empregarão nos próximos cinco anos 18.700 trabalhadores e gerarão 80.000 empregos indiretos, e que será asfaltada a Transamazônica, o que romperá o "relativo isolamento do Meio Xingú”.

“Com o asfalto, Altamira se integrará ao resto do país, e provavelmente se desenvolva a pesca industrial no Xingú, atingindo o abastecimento local e a abundância de peixes neste grande rio e seus afluentes”, adverte a nota de IPS.

Foto: www.mabnacional.org.br