O que você vê é um arquivo histórico.
Pedimos voluntários para trabalhar com a nova tradução na web.

{mini}Versão para imprimir

English · Español · Português

13 de Outubro de 2010 | | |

Felizes, desta vez

Lições de uma indústria que mata: Chile após façanha de trabalhadores mineiros

Baixar: MP3 (3.2 Mb)

Quinze mineradores dos 33 presos há 69 dias a cerda 700 metros de profundidade na mina San José no Chile já foram resgatados na hora de editar esta matéria. As atividades na mina continuam sem para até que os 18 restantes sejam resgatados. O Chile vive um dia de festa. O novo acidente no setor poderia ter tido um final horrível, como tantas vezes.

A 0:10 hora de Chile deste quarta-feira Florencio Ávalos, de 31 anos, apareceu na superfície na cápsula “Fenix”, desenhada especialmente para o resgate, que está sendo realizado pela mineradora pública Codelco.

Ávalos foi o primeiro trabalhador em sair e foi recebido por seus familiares, companheiros do setor, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, e o ministro de Minas, Laurence Golborne, entre outras autoridades.

Em termos gerais, todos os trabalhadores resgatados têm estado em boas condições de saúde. O último em sair, certamente na noite desta quarta-feira, será o chefe no momento do desabamento no dia 5 de agosto, Luis Urzúa, de 54 anos, considerado o líder do grupo.

A mina San José, de cobre e ouro e da empresa San Esteban, está situada cerca da cidade de Copiapó, no deserto de Atacama, a cerca de 800 quilômetros ao norte da capital do país, Santiago. A companhia já havia recebido várias denúncias pelas precárias condições de segurança de seus trabalhadores, inclusive nessa mina.

Por exemplo, em 2007, operários da empresa junto a sindicatos de outras companhias que prestavam serviços à mineradora, apresentaram uma denúncia à Corte de Apelações e o governamental Serviço Nacional de Geologia e Minas pela morte de três trabalhadores na mina de San José e no de San Antonio. Os operários mobilizados pediram o fechamento de San José. O sindicato da companhia afirmou que na reserva não haviam vias de escape, ventilação nem a fortificação necessária, e que as autoridades da empresa sabiam da situação.

O jornal chileno La Nación informou no dia 22 de setembro que “em 2007 a mina foi fechada depois da morte de um operário, reabriu em 2008, sem ter sido equipada com todas as instalações necessárias”. “Todos os que desciam sabiam que a mina de cobre e ouro, com mais de um século, não era segura. Cerca de 80 acidentes foram registrados no decorrer das décadas”, acrescentou La Nación.

Os empresários proprietários de San Esteban, Alejandro Bohn e Marcelo Kemen, optaram por abandonar a zona da mina no dia 22 de agosto, apenas alguns dias após saber que os trabalhadores estavam vivos. Não têm passado pelo acampamento “Esperanza”, onde os familiares dos mineradores têm esperado o resgate durante mais de dois meses.

San Esteban enfrenta várias investigações judiciais pelo desabamento de San José e por anteriores acidentes. Tem um pedido de indenização dos familiares de quase 30 dos mineradores de quase 12 milhões de dólares.
É de se esperar que os empresários declarem a empresa em quebra. O Estado chileno enfrentaria outro pedido de indenização milionário por suas falhas na fiscalização.

A história dos 33 mineiros presos no Chile tem até agor um final feliz. Infelizmente, as histórias com finais tristes são muitas neste setor em diversas partes do mundo, onde aparecem muito frequentemente as más condições de trabalho e segurança. No Chile, dados do Serviço Nacional de Geologia e Minas indicam que na última década morreram 373 trabalhadores em acidentes em minas. No que vai de 2010 já são 31 mortes.

Em todo o mundo são milhares de mortes por ano. Conforme a Federação Internacional de Sindicatos de Trabalhadores de Química, Energia, Minas e Afins, a indústria mineradora acaba com a vida de 12.000 trabalhadores por ano. E essa cifra é a que pode se registrar, porque denuncia-se que em muitos países os responsáveis das empresas pagam pelo silêncio dos familiares dos trabalhadores mortos.

A China é o país onde a mineração é mais perigosa. Apenas no ano passado morreram ali 2.631 trabalhadores. Neste ano os maiores acidentes no setor acabaram com a vida de 200 pessoas em Serra Leoa e de dezenas na Colômbia, Rússia e Estados Unidos.

Apenas 24 nações têm ratificado até agora a Convenção de Segurança e Saúde em Minas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), firmada em 1995. O Chile, o maior produtor mundial de cobre, está entre esses países em dívida.

Foto: http://www.flickr.com/photos/sking/

(CC) 2010 Radio Monde Réel

mensagens

Quem é você? (opcional)
A sua mensagem

este formulário aceita atalhos SPIP [->url] {{bold}} {itálico} <quote> <code> e o código HTML <q> <del> <ins>. Para criar parágrafos, deixe linhas vazias.

Fechar

Amigos de la Tierra International

Agencia NP

Rádio Mundo Real 2003 - 2018 | Todo material publicado aqui está sob licença Creative Commons (Atribuição - Compartilhamento pela mesma Licença). O site está construído com Spip, software livre especializado em publicações web... e feito com carinho.