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9 de Junho de 2009 | |

Feridas da floresta

Enfrentamentos entre indígenas e agentes da polícia deixam dezenas de mortes na Amazônia peruana

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O protesto que durante cerca de sessenta dias haviam conduzido, em forma pacífica, os indígenas da região amazônica de Peru, teve um violento desenlace na sexta-feira, quando a polícia interviu no bloqueio que os povos originários realizavam na rota transamazônica do Peru, causando dezenas de mortes.

Os indígenas protestavam contra as medidas promovidas pelo governo presidido por Alan García, que permitem a entrada de empresas que buscam explorar os recursos naturais aos territórios onde habitam os povos originários.

Ainda não foi determinado o número de mortes causadas por causa da intervenção policial; dados oficiais indicam que na sexta-feira morreram 11 agentes e 22 indígenas, e no sábado, a polícia anunciou que haviam sido mortos mais nove oficiais.

Enquanto isso, os indígenas exigiam que uma comissão especial investigasse o que acontecido, organizando ao mesmo tempo a busca de centenas de indígenas.

Conforme Shapiom Noningo, presidente da Comissão de Povos Indígenas Amazônicos e novo porta-voz dos nativos -dado que o dirigente Alberto Pizango passou à clandestinidade porque o governo promove sua prisão, sob a acusação de que estimulou a violência- afirmou que os indígenas assassinados poderiam ser de 30 a 50.

Noningo indicou ainda que muitos dos indígenas que estiveram presentes nos enfrentamentos afirmaram que haviam presenciado como as forças policiais atiravam ao rio os cadáveres dos manifestantes, e também haviam visto os policiais incendiar os corpos dos assassinados.

Veículos peruanos como a Coordenadora Nacional de Rádio –que reúne 80 emissoras do país- denunciaram que o governo procurava censurar a imprensa na zona de Bagua, onde aconteceram os conflitos.

Num comunicado, a Coordenadora indicou ainda que o massacre poderia ter sido evitado se o governo não tivesse imposto “a sangue e fogo” os decretos que “atentam contra os direitos das comunidades indígenas da Amazônia”.

“A sucessão de erros e atos anti-democráticos, teve como última medida a intervención violenta de ontem Bagua, causando uma tragédia que ainda não tem acabado”, indica a Coordenadora Nacional de Rádio em seu comunicado.

Por sua vez, o governo negou ter responsabilidade nos fatos, e sugeriu que os governos da Bolívia e da Venezuela estavam conspirando para “apoiar o caos” no Peru, para que o país não pudesse se desenvolver.

“Buscam no mais atrasado e os mais profundo de nosso passado, instrumentos para poder coartar e chantagear o Peru”, disse o presidente peruano, Alan García.

Muito diferente foi a posição do ex-candidato presidencial peruano e líder do Partido Nacionalista, Ollanta Humala, que acusou o Executivo de García pelo que aconteceu.

"Denunciamos este operativo político oculto pelo governo, pelo qual preferiram a matança de moradores à revogação dos decretos legislativos que têm sido declarados inconstitucionais por uma Comissão Extraordinária no Congresso da República (...) e pela própria Comissão de Constituição, pronunciando-se ambas a favor da revogação", afirmou Humala e uma carta publicada pela agência ABI.

(CC) 2009 Radio Monde Réel

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