Na terça-feira se soube que a quantidade de barris de petróleo que se está derramando em ritmo diário é entre 35.000 e 60.000, o que, superando em mais de dez vezes as projeções iniciais, aumenta a indignação no território Estadounidense.

“Está cada vez pior”, segundo Nick Berning, do Amigos da Terra Estados Unidos, ao ser consultado pela situação no golfo pela Rádio Mundo Real.

“A vida silvestre está sendo danificada enquanto se expande cada vez mais o vazamento, as aves estão sendo cobertas com petróleo, assim como os golfinhos e outras espécies da vida marinha.

Os impactos sobre a economia e a comunidade são devastadores.

Tem muita gente que depende da pesca para sua sobrevivência e agora não pode pescar.

A economia do golfo está em sérios problemas” indicou Berning.

Ontem a noite, durante o primeiro discurso de sua presidência no salão oval televisionado a todo país, o presidente estadounidense Barack Obama se manifestou acerca do derramamento de petróleo e das medidas a serem tomadas por seu governo.

“Até agora, este vazamento de petróleo tem sido o pior desastre ambiental com que se depara os Estados Unidos.

E, diferente de um terremoto ou de um furacão, não estamos tratando um evento isolado que produz seus danos em minutos, ou dias.

Os milhões de galões de petróleo derramados no Golfo do México se parecem a uma epidemia que estaremos combatendo por meses e anos”, afirma Obama.

E ainda : ” Mas não se confundam: lutaremos contra esse vazamento com tudo que temos e pelo tempo que se faça necessário.

Faremos a BP pagar pelo dano causado e faremos o necessário para ajudar a costa do Golfo e a sua gente a recuperar-se desta tragédia”.

Entre as medidas anunciadas por Obama está a de continuar as missões de limpeza e investigar o ocorrido na plataforma, além de instar o Serviço de Gestão de Minerais a vigiar de perto a indústria petroleira.

O governante ainda ponderou que não só se necessitavam formas de controle e regulação mais fortes, como também se deveria considerar uma mudança em direção à energia limpa, que reduza a dependência dos combustíveis fósseis.

“Apreciamos o chamado feito pelo presidente para que se desenvolvam políticas que gerem mais energia limpa, mas é importante que se note que boa parte da legislação energética que esta sendo considerada pelo Congresso tem estado excessivamente influenciada pelas indústrias contaminantes, o que prejudica o alcançar desta meta”, assinalou o presidente do Amigos da Terra Estados Unidos, Erich Pica, em um comunicado de imprensa da organização.

“O presidente pode e deve ir mais além na luta contra os lobistas da contaminação, cuja influência se encontra na raiz de nossos problemas energéticos.

Reformar o Serviço de Gestão de Minerais é um passo necessário, mas ainda insuficiente.

É preciso que deixem de influir os lobistas das empresas de energia suja, e as agências encarregadas de monitorar as atividades mineiras do carvão, os reatores nucleares e os agronegócios devem ser também reformadas” conclui Pica.