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18 de Fevereiro de 2013 | | | |

Impacto concentrado

Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil realiza Encontro Nacional e destaca o impacto específico do modelo do agronegócio sobre a mulher do campo

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Se a concentração da terra em níveis extremos é um dos principais obstáculos para o desenvolvimento da vida no campo brasileiro, no caso da posse da terra por parte das mulheres as dificuldades são ainda mais graves.

Soma-se a isto o impacto específico nas mulheres rurais do modelo do agronegócio e indústrias extrativas, que se traduz em violência, doenças, fome e exclusão. Daí a importância que adquire a realização do primeiro encontro doMovimento de Mulheres Camponesas do Brasil (MMC), que faz parte da Via Campesina desse país. O encontro começa nesta segunda-feira, 18 de fevereiro em Brasília, e termina no 21 de fevereiro.

Foi o que disse à Rádio Mundo Real, Rosângela Cordeiro, da Coordenação Nacional desse movimento, via telefone durante as preparações do encontro, que terminará em uma mobilização (programação em arquivo anexo).

Trabalhadoras rurais, camponesas, extrativistas e indígenas compõem o MMC e vinculam-se por sua relação com as sementes, produção de comida e cuidado do meio ambiente.

“Vamos discutir a importância da auto-organização das mulheres no Brasil e no mundo. Discutiremos as políticas públicas para as mulheres, nossa organização e nossa participação na luta”, disse Rosângela.

Foi convidada ao encontro a presidenta do Brasil Dilma Roussef, indicando que se buscará valorizar o papel do trabalho da mulher no campo, como elo fundamental na produção de alimentos, bem como a auto-organização feminista no meio rural.
Haverá também uma feira de produção de alimentos integrada por mulheres de vários estados dp Brasil envolvidas no Movimento.

Terra, documentos, políticas

As mulheres do campo brasileiro somente possuem em seu nome, 13 porcento das terras, enquanto que entre as pessoas indocumentadas no país, a maioria são mulheres. “Assim, nossa luta é por terra, por reforma agrária, por comercialização de nossos produtos, por assistência técnica, moradía e por direitos que ainda não têm sido garantidos”, explicou a liderança.

Embora reconheça que existem algumas políticas públicas diferenciadas para as mulheres, que são vitórias das organizações feministas, Rosângela indica que elas ainda estão muito distantes de sua implementação real. É o caso do crédito para a produção camponesa feminina, que encontra vários obstáculos por exemplo na falta de documentação ou nas distâncias que percorrer as mulheres para solicitá-lo.
Outro aspecto mencionado é a denominada “Lei María Da Penha”, de combate à violência doméstica: “Existem as conquistas, mas são necessárias muitas lutas ainda para sua concretização de fato”, refletiu.

Rosângela lembrou a realização em 2012 do Encontro Unitário de Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo, as Águas e as Florestas do Brasil também na capital da qual foi parte organizadora o MMC. “Foi uma vitória maravilhosa na perspectiva de luta unitária. Temos muito claro que somente com a unidade das organizações do campo podem se tornar realidade as vitórias”, disse Rosângela.

A violência generalizada contra as mulheres adquire, por causa da falta de informação e o distanciamento, uma intensidade particular no meio rural. A conceitualização da violência doméstica é um desafio particular para as mulheres rurais, ao que somam-se as dificuldades de acesso aos lugares de denúncia.
Mas se o modelo do agronegócio atinge as populações rurais em geral, por exemplo com o uso de agrotóxicos de forma massiva e indiscriminada, a mulher está em uma situação de maior vulnerabilidade, já que em geral à diferença do homem, está em um lugar fixo.

“São as mulheres as que estão no quotidiano, no trabalho da alimentação e o cuidado do filho, do marido. O modelo ensina ao agricultor como aplicar veneno, mas não leva em conta a proteção das mulheres no momento de, por exemplo, lavar a roupa”, diz Rosângela. Quando as famílias são expulsas da terra, as mulheres sofrem especificamente a preocupação pela continuidade da vida do núcleo familiar, o que torna mais intenso o impacto nas mulheres do campo.

Ouça a entrevista completa com Rosângela Cordeiro no áudio anexo.
Facebook do Encontro: http://www.facebook.com/encontronacionalmmc

Foto: www.mmcbrasil.com.br

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