A defesa dos processados, membros da Coordenadora de Comunidades Mapuche em Conflito Arauco-Malleco, denunciou imediatamente uma série de irregularidades vinculadas ao processo judicial de três meses, incluindo várias situações absurdas relativas à participação de “testemunhas sem rosto”.

“Estão presos por pensar diferente e levantar uma bandeira de luta", dizia um dos indígenas absolvidos, Luis Menares, antes de alertar que a lei anti-terrorista, promulgada na ditadura de Augusto Pinochet, aplica-se na maioria dos casos para criminalizar os mapuche.

Poucos dias após o pronunciamento dos juízes de Cañete, Héctor Llaitul, Ramón Llanquileo, José Huenuche e Jonathan Huillical iniciaram uma greve de fome, que hoje, quinta-feira 7 de abril, completa três semanas, segundo a agência Púlsar, com base em informação do portal Mapuexpress.

Os quatro líderes mapuche exigem um julgamento “justo e imparcial”, e lamentam por ter que tomar estas medidas extremas “para ser ouvidos", conforme disse num ato público Natividad Llanquileo, porta-voz dos dirigentes que estão detidos.

A condena do tribunal de Cañete, conforme as organizações indígenas, reflete a perseguição do Estado chileno “contra a etnia com o fim de deter a luta pela recuperação de terras ancestrais roubadas para benefício de privados e empresas transnacionais”.

Nesta semana, os familiares das vítimas enviaram uma carta ao presidente da Suprema Corte de Justiça, Milton Juica, onde exigem anular o julgamento e realizar um novo com um tribunal independente que não aplique a Lei Anti-terrorista.

Foto: Mapuexpress