O que você vê é um arquivo histórico.
Pedimos voluntários para trabalhar com a nova tradução na web.
4 de Julho de 2011 | Entrevistas | Honduras Livre | Direitos humanos | Lutadores sociais em risco
Militarização acelerada
Há dois anos do golpe de Estado em Honduras: a militarização cresce
Baixar: MP3 (2.9 Mb)
Neste 28 de junho, quando foram completados dois anos de golpe de Estado em Honduras, a Associação Costarricense de Direitos Humanos (CODEHU) apresentou o documentário “Quem Disse Medo”, que oferece uma perspectiva da resistência hondurenha das tantas violações de direitos humanos no país no período ditatorial e do repúdio pacífico de muitos setores da população a esse processo.
A produção audiovisual, realizada pela cineasta hondurenha Katia Lara, foi apresentada num pequeno cinema da capital costa-riquenha, San José. O correspondente da Rádio Mundo Real na Costa Rica, Henry Picado, este ali presente.
Segundo dados publicados pelo Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras, até março de 2011 haviam 95 assassinatos políticos registrados no país, 244 casos de tratos cruéis e inumanos e 200 pessoas exiladas. Além disso, 6.000 prisões foram realizadas por motivos políticos e 157 pessoas foram processadas por essas motivações.
Na apresentação do documentário, a presidenta da CODEHU, Ana Cecilia Jiménez, analisou a situação de militarização e repressão contra os movimentos sociais que vem se agravando em todo o país centroamericano nos últimos dois anos.
No dia do golpe de Estado, o presidente deposto pelo ditador Roberto Micheletti e os militares, Manuel Zelaya, foi levado por um comando golpista para a Costa Rica. O documentário indica que o governo costa-riquenho facilitou as tentativas de legitimação do governo militar de Honduras e a posterior consolidação do regime nas eleições ilegítimas onde Porfirio Lobo obteve a presidência, apesar do 65 porcento de abstenções e muitas manifestações de repúdio.
A Costa Rica não fica atrás respeito à militarização. Em 2008, o governo tico de Óscar Arias autorizou que a polícia utilizasse armas militares. Um ano depois essa administração permitiu a entrada de militares estadunidenses a solo nacional: entraram mais de 13.000 soldados, helicópteros e buques totalmente armados. Depois uma delegação costa-riquenha participou nas Olimpiadas Militares.
A presidenta da CODEHU disse à Rádio Mundo Real que “depois do Tratado de Livre Comércio (TLC, firmado com os Estados Unidos) está sendo justificado o aumento não só policiais, mas também da militarização” dessa força.
