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2 de Fevereiro de 2011 | | |

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Organizações chilena preocupadas com a impulso à energia nuclear no Chile

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Um dos pontos importantes da agenda do presidente estadunidense, Barack Obama, em sua visita ao Chile na segunda quinzena de março é a firma de um memorando de entendimento sobre energia nuclear com seu par do país transandino, Sebastián Piñera. Dezenas de organizações sociais chilenas já estão se manifestando.

A nova tentativa de desenvolver a energia nuclear no país responde “às necessidades da grande mineração, principalmente multinacional, a agroindústria e os grandes negócios e setores de alta renda nas cidades”, advertem movimentos e organizações sociais num comunicado público de 27 de janeiro. Não se trata de um desenvolvimento para “o bem-estar social, a educação, a saúde, a cultura e o entretenimento da sociedade chilena”, acrescentam as organizações.

O governo de Piñera tem manifestado que só estão sendo analisadas as possibilidades da energia nuclear no país, e que não será construída uma usina. O Chile tem em vigor uma Lei de Segurança Nuclear, que permite o uso regulado dessa energia. A norma exige um processo de autorizações para a localização, construção, colocação em andamento, fechamento e desmantelamento de usinas nucleares.

No Chile existem dois reatores nucleares experimentais ou de pesquisa, em mãos da Comissão Chilena de Energia Nuclear, dependente do governo nacional. O reator nuclear La Reina tem uma potência de cinco megawatts térmicos e situa-se na comuna de Las Condes, Região Metropolitana de Santiago. O reator Lo Aguirre possui uma capacidade de dez megawatts térmicos e está a 28 quilômetros da cidade de Santiago, capital do país.

A Comissão Chilena de Energia Nuclear considera em seu site oficial que “a opção de energia nuclear de potência em nosso país é viável”, mesmo que indique que um projeto desse tipo precisa de um prazo de seis a dez anos para ser realizado.

Várias organizações sociais do Chile estão alertas com o assunto. Não veem positivamente a insistência do governo no “análise preliminar” do desenvolvimento nuclear e a inclusão do tema na agenda da reunião entre Piñera e Obama. “O Chile NÃO está em crise energética e s projeções de demanda para os próximos anos e décadas são as de um desenvolvimento insustentável e injusto”, expressam no comunicado cerca de 30 organizações.

Dentre os que firmam o documento estão o Coletivo VientoSur, o Observatório Latino-americano de Conflitos Ambientais, a Associação Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas, a Via Campesina Chile e a Marcha Mundial das Mulheres Chile.

“Até agora, o país e seus cidadãos e cidadãs se mantem distantes dos riscos da energia nuclear. Esta nova tentativa por introduzi-la na agenda política, como os anteriores, obedece a interesses econômicos, como os que administram a oferta e a demanda no sistema energético chileno atual”, expressam.

As organizações e movimentos sociais chilenos destacam que os riscos e impactos ambientais e sociais da energia nuclear estão documentados e divulgados, especialmente o que tem a ver com o processamento de urânio, a disposição de resíduos radiativos e a própria geração da energia.

Os que assinam o comunicado público consideram que o Chile não precisa da energia nuclear e que as comunidades urbanas e rurais do país requerem energia verdadeiramente limpa e justa. Para eles, essa energia deve ser administrada com critérios de bem-estar público e sustentabilidade territorial, com um papel central do Estado e das próprias comunidades.

“Rejeitamos esta nova arremetida nuclear, da diplomacia norte-americana, como sempre ao serviço de seus escuros interesses econômicos repartidos no mundo”, afirma-se no comunicado conjunto. “Dizemos fortemente ao Presidente dos Estados Unidos que o povo do Chile não quer energia nuclear em seu território”.

Foto: http://www.flickr.com/photos/steffmac/

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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