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23 de Julho de 2012 | | | |

"Não vamos deixar os territórios"

Os abusos da guerra no Cauca colombiano: o sofrimento indígena

Neste momento há uma “disputa aberta” entre os povos indígenas “por conservar nossa autonomia, nossa terra” e os atores armados, “que também acreditam ser os donos dos territórios”, alerta a liderança Feliciano Valencia, do Conselho Regional Indígena do Cauca (CRIC), departamento colombiano.
Na semana passada houve vários enfrentamentos no Norte de Cauca entre forças do Exército nacional e as guardas indígenas, que querem que os homens armados abandonem seus territórios.

Feliciano explica como vivem as comunidades originárias no Norte de Cauca, bem como em outras zonas de guerra da Colômbia, e como funciona a guarda indígena, em um vídeo realizado pela revista Semana.
O dirigente conta que constantemente têm que passar em seus próprios territórios por postos controlados pela guerrilha, paramilitares, o Exército e a Polícia.

“Quando descemos ao povoado, o Exército e a Polícia dizem que somos informantes da guerrilha ou guerrilheiros, e nos perseguem, e quando subimos à montanha a guerrilha diz que nós descemos para deixar informação ao Exército e à Polícia”, conta Feliciano. “É muito difícil viver nesta situação, essa é a outra Colômbia que o resto dos colombianos não conhece. Porque todos as mídias, infelizmente, ao invés informar, desinformam”, acrescenta Feliciano.

O dirigente do CRIC refere-se às guardas indígenas, que trabalham em defesa da cultura e dos territórios indígenas. Afirma que trata-se de um “mecanismo tradicional milenar”, que não é uma “estrutura militar” e que tem recebido inclusive prêmios pela defesa da paz. As guardas indígenas podem ser integradas por crianças, anciãos, todos aqueles que queiram defender o território indígena e reafirmar a posição dos povos originários diante de qualquer indivíduo armado, explica a liderança indígena. Os integrantes dessas guardas também participam de processos de formação política.

Feliciano fala de “atores armados” como forma de unificar a guerrilha, os paramilitares, o Exército e a Polícia: “Todos nos assassinaram, cometem as mesmas atrocidades”. O líder indígena menciona também os “lugares de assembleia permanente”, onde as comunidades se protegem durante os enfrentamentos dos atores armados. No final da entrevista deixa claro que os indígenas não vão abandonar seus territórios: “temos dito que por mais guerra que haja, por mais mortos que haja, não vamos deixar os territórios”.

Video da entrevista com Feliciano Valencia:

Foto: http://plano-sur.org

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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