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2 de Maio de 2011 | | |

Nas ruas

Celebração do 1º de Maio na Bolívia, no Equador e na Colômbia

Em toda América Latina foi comemorado o Dia Internacional do Trabalho com
manifestações da classe trabalhadora organizada e com um denominador comum: a denúncia dos projetos exploradores irracionais de recursos naturais e de populações.

Nesse domingo 1º de Maio, a voz das organizações se fez escutar desde a Colômbia onde a repressão não teve trégua, até o Equador que se prepara para um plebiscito, cujo significado vai além do que está escrito, passando pela derrogação do decreto que atava a Bolívia à economia do mercado.

Colômbia: repressão sem folga

Na Colômbia, o Dia Internacional do Trabalho não significou uma “tregua” na
repressão permanente que sofrem os movimentos sociais nesse país. Na capital Bogotá e em Cali, a força pública reprimiu os atos com violência deixando feridos. A Praça Bolívar na Bolívia foi o principal cenário da repressão policial. No lugar, estavam vários dos dirigentes sindicais e do Polo Democrático esperando pela concentração que vinha desde a Praça de Toros da capital.

Antes da chegada do contingente operário, uma turma pequena cometeu atos de vandalismo, o que serviu como justificativa para a polícia reprimir, enchendo o lugar de gás lacrimogêneo e batendo nos manifestantes, deixando um número de feridos ainda sem precisar.

O canal televisivo Telesur obteve o testemunho do jornalista Carlos Lorenzo do semanário “La voz”, que declarou que “a polícia sabotou as passeatas” através da violência. Denunciou também o excesso da força usada para “tentar silenciar o protesto e a oposição” contra o governo de Juan Manuel Santos. Além das ações dos assalariados, houve em várias cidades colombianas mobilizações de estudantes de universidades públicas e privadas, reclamando contra o que eles consideram ser a privatização da educação superior, efetuada através do Plano Nacional de Desenvolvimento.

Segundo o legislador do Polo Democrático Alternativo Alexander López, esse Plano, aprovado recentemente pelo Senado, “entrega o território a grandes latifundários e grandes projetos mineiro-energéticos com impactos sérios sobre o meio ambiente e o desenvolvimento social das regiões”.

No Equador, no entanto, o 1º de Maio esteve marcado pelo próximo plebiscito impulsionado pelo Governo de Rafael Correa e previsto para esse sábado dia 7 de maio, que confronta a oposição de boa parte do movimento camponês e indígena.

O plebiscito contém cinco perguntas, as principais estão relacionadas ao sistema de Justiça e ao Código Penal e outorgariam poderes ainda maiores ao Poder Executivo para combater o problema da “violência”. Os movimentos sociais denunciam que o plebiscito é de tipo repressivo e que se aprovado, fortaleceria ao governo de Alianza País para ele tomar decisões unilaterais como, por exemplo, a assinatura de tratados de proteção de investimentos e livre comercio com os Estados Unidos e a União Europeia.

No domingo 1º de maio em Quito fizeram-se duas manifestações que chegaram separadas ao centro histórico, uma com militantes do movimento oficialista Alianza País apoiando o “Sim” no plebiscito, a outra promovendo o “Não” encabeçada pelos líderes opositores, alguns deles deputados e indígenas. A passeata significou o vão final da caravana organizada pela Confederação de Organizações Indígenas do Equador (CONAIE na sigla em espanhol) entre outras, que percorrera várias províncias no enquadramento da campanha pelo “Não”.

Bolívia: decreto anticapitalista

Na Bolívia, no entanto, o Presidente Evo Morales participou pessoalmente nos atos de comemoração do Dia do Trabalho, anunciando a revogação de um decreto neoliberal de 1985 que estabelecia a “economia do mercado” (capitalismo) como modelo econômico nacional.

“Os operários e os originários (indígenas), os verdadeiros trabalhadores, os dirigentes que têm consciência ideológica, política e cultural, não podemos ser instrumentos do capitalismo, do imperialismo, do neoliberalismo”, disse o presidente boliviano em Huanuni.

O Dia Internacional do Trabalho esteve marcado pela recente conflitividade impulsada desde a Central Operária Boliviana (COB) com a qual o governo chegou a um acordo, embora ainda haja tensões.

Próximo à capital La Paz, em El Alto, Morales também celebrou os cinco anos da nacionalização dos hidrocarbonetos, uma das medidas que marcou o estigma do primeiro governo indígena do país.

Foto: www.kaosenlared.net

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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