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16 de Junho de 2009 | |

O crime de estudar

Sem Terra mobilizam-se para defender recursos educativos para o campo

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Desde a sua origem há um quarto de século, a educação tem sido uma questão central para o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Brasil, embora as relações com as autoridades sobre este ponto não estão sendo nada alentadoras. Um exemplo disto é a situação que que ocorre no Estado do Rio Grande do Sul, lugar de origem do emblemático movimento social.

Nestes últimos dias, o MST saiu às ruas para protestar contra os drásticos cortes de orçamento–superiores a 60 porcento- que está sofrendo o Programa Nacional de Educação em Áreas de Reforma Agrária (Pronera), uma conquista histórica dos grupos que lutam pela terra no Brasil.

A falta de recursos põe em risco os cursos já existentes para os estudantes, em sua maioria filhos de camponeses assentados, e deixa definitivamente pelo caminho aqueles que ainda não acederam a esse direito. Centenas de camponeses sem terra têm se mobilizado em frente às sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em todo o país para pedir que deixar sem efeito os cortes no Pronera.

Além disso, no caso do Rio Grande do Sul, o MST está sendo vítima de uma verdadeira investida dos setores mais reacionários, que há mais de dois anos têm colocado na mira as escolas itinerantes do movimento, com a intenção final de prejudicar toda a organização.

Os grandes fazendeiros e as multinacionais do agronegócio encontraram eco de suas demandas nos representantes mais conservadores do Ministério Público e do governo estadual, e finalmente estão atingindo o objetivo de acabar com os projetos educativos do MST.

Espaços de “formação de guerrilheiros” e práticas de “lavagem de cérebro” das novas gerações são algumas das sandices que utiliza a direita gaúcha contra o modelo de educação promovido pelo MST.

“Nunca foi solução de nada fechar escolas, a solução é abrí-las”, sintetizou Janaina Stronzake, do MST do Rio Grande do Sul, em entrevista com Rádio Mundo Real.

Por trás deste conflito há uma luta de modelos antagônicos e irreconciliáveis. Cabe lembrar que neste Estado o modelo de monocultura de eucaliptos tem feito estragos e apenas três empresas do setor - Aracruz, Votorantim e Stora Enso- controlam 400 mil hectares de território. O resultado já é conhecido: alta mecanização, pouca geração de emprego para os homens, nula empregabilidade para as mulheres e o lento desaparicimento dos centros povoados rurais.

(CC) 2009 Radio Monde Réel

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