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22 de Março de 2012 | |

O lado oscuro

Argentina: pesquisa acadêmica revela aumento de hipotireoidismo em regiões sojeiras

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“A lógica indicaria que o vitimário demonstre sua inocência e não que as vítimas demonstrem efetivamente que são vítimas. Os responsáveis de semelhante desastre deveriam demonstrar que estão livres de culpa”, afirmou Damián Verseñazzi, docente pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina
No entanto, na particular lógica atual instalada pelo modelo do agronegócio está acontecendo exatamente o contrário e os atingidos parecem estar forçados a demonstrar que existem impactos, conforme o ativista, que esteve em Montevidéu, capital uruguaia, em uma atividade pública organizada por REDES – Amigos da Terra Uruguai e o Programa Uruguai Sustentável.

Entrevistado por Rádio Mundo Real, disse que apesar das diferenças de escala existem claras coincidências quanto ao que vive Uruguai e a Argentina: o desmatamento, o avanço da fronteira agrícola e a fumigação da população com milhões de litros de glifosato. Afirmou que “Não é um problema de um país, é um problema da região. Porque se está produzindo aqui o que em outras regiões não querem produzir”.

A Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nacional de Rosario tem realizado nos últimos anos pesquisas–onde participam estudantes prestes a se graduarem de médicos- em pequenos povoados que dão resultados que deveriam ser preocupantes.

A equipe de universitários tem trabalhado até agora em oito povoados com menos de 10.000 habitantes -ao todo são 46.000 pessoas-, conseguindo registrar uma cifra significativa: 67 porcento do total dos lares.

Trata-se de povoados próximos a zonas fumigadas, e o objetivo da pesquisa tem sido gerar um perfil das populações em matéria de saúde, por exemplo registrando dados sobre as causas de morte nos últimos 15 anos; o consumo de medicamentos; e os níveis de atendimento no setor público ou privado, além de outros temas.

Damian afirma que nestas zonas próximas à área fumigada foi possível detectar um aumento de abortos, de malformações congênitas e de cânceres vinculados ao sistema endócrino, e sobretudo uma forte incidência de hipotireoidismo, tanto que “é possível falar de uma epidemia”, segundo o médico.

"Hoje o hipotireoidismo nesta região está sendo a segunda causa de doenças crônicas, algo que não coincide com o que ocorre em nível nacional, onde a segunda causa é a diabete".

O docente rosarino advertiu ainda que esta proximidade das populações com os agrotóxicos não deveria "ser ignorada pelas autoridades”.

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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