As organizações, que em conjunto representam centenas de milhares de agricultores, agricultoras, camponeses e camponesas desse país latino-americano, fizeram um comunicado em conjunto onde indicam que a conservação da natureza não é incompatível com a produção de alimentos; de fato, afirmam que a destruição do meio ambiente prejudica em primeiro lugar os agricultores familiares e os camponeses, ao prejudicar seu território.

“Diferente do agronegócio que pode destruir a terra que usa e, depois, ir embora grilar outras terras, nós, agricultores e agricultoras familiares e camponeses temos uma relação histórica com nossas terras. Sem elas, somos empurrados para as cidades”, indica o comunicado das organizações de base.

A proposta visa recuperar e conservar através de uma posição ativa do Estado, que inclua a geração de políticas públicas destinadas ao fomento da agricultura familiar, permitindo tanto a sua subsistência quanto a geração de renda para camponeses e camponesas a partir de suas áreas florestais.

Por isso, tanto a FETRAF quanto a Vía Campesina se opõem ao projeto apresentado pelo deputado Aldo Rebelo, que recebeu o apoio da bancada ruralista. O projeto, entre outras coisas, deixa sem efeito as multas milionárias sobre os principais operadores do agronegócio no Brasil, ao tempo que lhes permite continuar com suas práticas atuais até que seja criado um programa de adequação ambiental na órbita estatal, o que poderia tardar vários anos. Por estas e outras razões, este projeto tem sido catalogado como um reflexo dos interesses das transnacionais.

“Nós dizemos não ao projeto do deputado Aldo Rebelo e a todas as propostas que se associam a ele! A agricultura familiar e camponesa pode continuar a abastecer a mesa do brasileiro e garantir a sustentabilidade ambiental de nosso país!”, expressam os movimentos.

Imagen: http://fetraf.blogspot.com/