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23 de Novembro de 2010 | Notícias | Justiça climática e energia
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No Chile de Piñera voltam a adquirir importância os mega-projetos de hidrelétricas que já chegam à meia dúzia. Mas também as mobilizações de resistência. É o que afirma Pamela Díaz integrante do Movimento Cidadão Patagônia Sem Barragens, que junto a outras organizações criou uma mobilização que chegou a sete regiões do Chile, desde Santiago até Coyhaique.
Em entrevista com Rádio Mundo Real desde a XI Região de Aysén, em plena Patagônia Chilena, Pamela conta que as mobilizações contra os mega-projetos levados adiante pelas transnacionais no sul chileno dentro da estratégia da articulação conhecida como Conselho de Defesa da Patagônia Chilena.
Indicou que com a chegada do empresário Sebastián Piñera como presidente chileno, os projetos de privatização da água e a energia têm voltado à tona, apesar de uma pesquisa recente indicar que 57 porcento da população do país sul-americano os desaprova.
Rios com dono
Numa recente reunião com diretores da Mídia, o presidente afirmou sobre as mega-barragens que “a pergunta não é vão ser feitas ou não, e sim como vão ser feitos”.
“Pareceria que neste país os rios tivessem dono, é uma verdadeira vergonha”, indicou por sua vez Pamela Díaz.
O leque de alianças que dizem “NÃO” às hidrelétricas na Patagônia é amplo: desde organizações ambientalistas, até centros educativos e clubes esportivos. Toda essa diversidade foi vista, segundo Pamela Díaz, na mobilização do passado fim de semana
No site da Patagônia Sem Barragens estão as reflexões resistem estes mega-projetos sobre as alternativas que o Estado chileno deveria explorar para resolver a demanda energética: “avançar para um desenvolvimento energético sustentável no econômico, social e ambiental no Chile, requer uma mudança do padrão convencional e uma forte inovação nas tecnologias e combustíveis tradicionalmente dominantes”, indica a organização e acrescenta: “isto requer um ativo papel do Estado para sua implementação”.
Sobre a posição tomada pelo governo na hora de avaliar os projetos que atingem o meio ambiente, Pamela indica que ao se pronunciar sobre a instalação de uma usina termelétrica (Electro Austral) nas proximidades de uma reserva marinha no norte do território chileno, os funcionários governamentais chegaram a questionar que ela atingisse em algo a vida fauna aquática quando a usina verteu seus efluentes a essa reserva.
Negar a realidade parece ser a tática de La Moneda, sede governamental transandina.
Diante do repúdio comunitário e as denúncias, finalmente resolveu se suspender o projeto, mas de caso não houvesse ação civil, estes mega-projetos, como muitos outros no Chile, houvesse continuado adiante.
Pamela indica finalmente que as mobilizações seguirão, pelo apoio importante e diverso colhido nas jornadas de protesto do fim de semana passado.
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