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3 de Maio de 2010 | |

Oaxaca sangra

Quatro pessoas da caravana humanitária que sofreu uma emboscada continuam desaparecidas

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Enquanto realizava-se o enterro de Alberta "Betty" Cariño Trujillo, assassinada por paramilitares numa emboscada feita a uma caravana humanitária, continuam desaparecidos quatro integrantes dela.

Foi o que disse à Radio Mundo Real Fernando Urbano, da organização CACTUS, de Oaxaca, México, da qual a falecida lutadora social era coordenadora.
Junto à ativista assassinada impunemente, foi assassinado um cidadão finlandês, Juri Jaakkola, que fazia parte da expedição como observador internacional.

Enquanto isso, permanecem desaparecidos dois jornalistas da revista Contralínea, David Cília e Erika Ramírez Pardo que faziam uma cobertura da ação humanitária com o objetivo de terminar com o assédio a uma comunidade autônoma de indígenas trique, bem como os membros de VOCAL, David Venegas e Noé Bautista.

“Hoje sepultamos nossa companheira e depois deste ato começaremos outro tipo de ações como organização. Não temos podido entrar ao lugar dos fatos para comprovar o estado desses companheiros desaparecidos porque o grupo paramilitar continua atuando”, lembrou Fernando Urbano.

Tanto o governo estatal como o nacional têm feito caso omisso das exigências para estar presente no lugar, identificar e julgar os responsáveis, disse Fernando.
Trata-se do grupo paramilitar, afim ao PRI, Unidade de Bem-estar Social da Região Triqui (Ubisort, sigla em espanhol), conforme o jornal Contralínea. Os jornalistas enviados pretendiam registrar o assassinato das locutoras triquis da rádio comunitária La Voz que Rompe el Silencio, Felícitas Martínez e Teresa Bautista, cometido no dia 7 de abril de 2008 numa emboscada, também executada pelo grupo paramilitar Ubisort.

"Betty" Cariño fez parte da criação da Rede Mexicana de Atingidos pela Mineração (Rema), fazendo parte da equipe coordenadora desde a sua organização, CACTUS.
Fernando Urbano lembrou a sua companheira como “uma pessoa muito alegre, muito comprometida e que sempre esteve do lado dos pobres, do México e do mundo”.

A organização continental Grito dos Excluídos recordou a lutadora mexicana como dona de “uma ética do compromisso que ensinou a todos a coerência entre a palavra e a ação, mãe, amiga, uma verdadeira lutadora do povo que com sua entrega às causas do povo será sempre um exemplo vivo de militância e dignidade”.

E denunciaram o que consideram uma “guerra” do Estado aos movimentos sociais, a favor das transnacionais.

Fernando indica que o fato criminal gerou consequências em nível internacional pela morte do observador finlandês, bem como uma mobilização de repúdio frente à embaixada mexicana na Finlândia.

San Juan Copala situa-se no município de Juxtlahuaca, Oaxaca. Conformada por mais de 700 habitantes, a comunidade declarou-se autônoma no dia 1º de janeiro de 2007; a partir daí, enfrenta a violência paramilitar derivada da suposta disputa de terras.

“Nem nos países onde existe uma guerra declarada baleia-se desta forma uma caravana humanitária que levava alimentos e buscava quebrar o cerco em que estão os moradores de San Juan Copala”, explicou Fernando Urbano manifestando sua indignação e exigindo um pronunciamento internacional de repúdio.

No seguinte video está o depoimento de Mónica Citlali Santiago, sobrevivente do ataque, sobre os acontecimentos do dia 27 de abril.
Foto: http://contralinea.com.mx/

Foto: http://contralinea.com.mx/

(CC) 2010 Radio Monde Réel

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