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16 de Agosto de 2011 | |

Olhos que não vêem

Delegado da ONU na Guatemala critica ausência de políticas para comunidades indígenas

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Há quinze dias, um camponês foi assassinado durante um desalojamento violento na fazenda Los Cafetales, no departamento de Retalhuleu, na Guatemala, e somou-se a uma longa lista de crimes vinculados a conflitos agrários neste país centro-americano.

Após esta morte, o representante da Escritório Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Oacnudh) para Guatemala, Alberto Brunori, não hesitou em tomar partido diante desta tensa situação: “Os camponeses estavam impossibilitados de continuar trabalhando e pagando a terra. Tiraram os camponeses sem nenhum plano alternativo”, concluiu o especialista da ONU.

Depois disse que já têm advertido às autoridades do governo respeito a que os desalojamentos não cumprem padrões internacionais e violam os direitos humanos. “Sempre fala-se do direito à propriedade, mas não que a pessoas tem direito à vida e à alimentação”, criticou Brunori, conforme Prensa Libre.

Na semana passada, durante las celebrações pelo Dia Internacional dos Povos Indígenas, o funcionário da ONU voltou a deixar claro qual é sua posição diante deste tipo de episódios.

Diante de um auditório cheio de lideranças de comunidades camponesas, Brunori disse que no mundo existem cerca de 370 milhões de indígenas que têm perdido ou correm risco de perder seus territórios ancestrais e recursos naturais, e que isso sucede “em nome de um suposto desenvolvimento”.

“A pergunta é quem se beneficia com esse desenvolvimento e com que custo? Ter as comunidades desalojadas e às margens da sociedade não é desenvolvimento. O desalojamento forçado ou a perda de vida por causa destes conflitos tampouco é desenvolvimento”, acrescentou.

Segundo Brunori a mineração faz um uso intensivo de terra e água “atingindo os povos”, e por isso é necessário promover um “novo modelo de desenvolvimento” que leve em conta o direito à auto-determinação e que reconheça que a terra tem um papel central na vida dos povos.

“A Terra é mãe que da a vida”, disse o funcionário, que questiona o Estado da Guatemala porque “não tem respeitado” o direito dos indígenas à consulta comunitária.

“A resposta institucional não leva em conta o estado multicultural. É insuficiente a resposta política e institucional após o conflito interno que viveu a Guatemala e não são reconhecidas as formas tradicionais e coletivas de posse de terras. Os povos vivem uma situação de vulnerabilidade diante de projetos extrativos e é preciso uma mudança drástica”, concluiu.

Foto: Prensa Libre

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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