Essas conclusões surgem de um documento divulgado nesta segunda-feira 20 de dezembro pela Convergência dos Movimentos dos Povos das Américas, (COMPA), depois dos desalojamentos violentos dos últimos dias, que têm derivado num reassentamento na colônia camponesa Guadalupe Carney.

Nos últimos dias, cerca de cinco mil pessoas têm sido desalojadas em Bajo Aguán, e nas ações têm participado policiais, militares e empregados de Miguel Facussé, um dos empresários mais poderosos de Honduras.

As organizações sociais promovem ações para coletar alimentos e roupas, e é iminente a emergência sanitária, já que as comunidades desalojadas não contam com condições mínimas.

“Com esta operação de morte pretende-se colocar armas nas casas das famílias camponesas, e posteriormente de confiscos ilegais e violentos, acusar a população de posse de armas”, denuncia a COMPA, em outro fragmento de sua declaração.

Rafael Alegría, líder da Via Campesina, lembrou que em Aguán o conflito começou na década do noventa, quando quatro empresários “através de artimanhas, corrupção e repressão” se apoderaram de terras que haviam sido entregadas aos camponeses.

"A lei de reforma agrária aprovada há décadas proíbe a venda dos terrenos concedidos através dessa norma, pelo que os latifundistas as possuem de forma ilegal e os camponeses lutam por recuperá-las", disse Alegría à agência Prensa Latina.

E em todos estes processos de luta pela terra as mais atingidas são as mulheres, conforme disse ao programa La Voz dos Movimentos a dirigente hondurenha Leoncia Solórzano, do Conselho para o Desenvolvimento Integral da Mulher Camponesa (CODIMCA).

Foto: http://www.resistenciahonduras.net