Após o seminário, levado a cabo durante os dias 3 e 4 de agosto, Rueda expressou: “esse país que queremos, esse país que sonhamos se expressa em novos movimentos sociais, em novos movimentos ambientalistas, de mulheres, estudantis”.

Danilo Rueda é jornalista e secretário técnico da organização de Direitos Humanos “Colombianas e Colombianos pela Paz”, que integra entre outros e outras a ex-senadora Piedad Córdoba, que tem tido um papel fundamental na liberação de prisioneiros de guerra por parte da guerrilha e exigindo a abertura de um espaço de diálogo e negociação que desemboque na paz.

Nesse sentido, Rueda expressou a necessidade de diálogos políticos e sociais que levem à pacificação do país e acabem com as violações dos direitos humanos de milhares de seus compatriotas em todo o mapa colombiano.

“Se aproveita o fato de que não há segurança para o investimento devido a que as guerrilhas têm definido como alvo militar a infra-estrutura e as operações multinacionais, isso abre um debate que a militarização não tem resolvido os problemas do conflito armado nem as suas causas”, disse na entrevista.

Conforme o comunicador, a construção da agenda social, ambiental e cultural de paz por parte da sociedade e os movimentos sociais lhes levariam a ganhar um amplo espaço na criação de um país não excludente.
Dentre os temas propostos e debatidos no seminário, foi debatida a dificuldade que tem existido para convocar mais setores da sociedade colombiana à mobilização popular, e convocar a partir das “autopistas da informação” e ganhar espaços controlados pelos meios massivos e contrários às reivindicações sociais.

Sobre esse aspecto, Rueda indicou que “deve se construir uma estratégia midiática que simplifique as mensagens e romper o formato linguístico que não nos permite entender com outros setores”.

Rumo ao Congresso para a Paz

O Seminário Político pela construção de um caminho social e um Congresso para a Paz foram apresentados como os primeiros passos de aproximação entre diversos processos e organizações sociais que enfrentam o rigor da guerra na Colômbia.

A definição como sede do município de Caloto, no Norte do departamento de Cauca, foi relacionada diretamente com os levantamentos indígenas e a situação vivida na região. Frente à relação entre as ações de controle territorial realizadas pelo movimento indígena, e as repercussões que têm gerado no conjunto do movimento social para a busca da solução política ao conflito social e armado na Colômbia, Rueda concluiu que “a sociedade está sofrendo os efeitos da confrontação armada e é capaz de propor a necessidade de construir acordos humanitários”.