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26 de Setembro de 2011 | Notícias | Soberania alimentar
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No dia 22 de setembro o governo guatemalteco declarou o milho como parte do Patrimônio Natural e Cultural do país, o que foi celebrado por movimentos camponeses e ambientalistas do país centro-americano. Mas ameaças continuam.
Um decreto publicado nesse dia pelo Ministério de Cultura no Diário de Centroamérica (oficial) indica que o milho é considerado um elemento fundamental para a alimentação e a espiritualidade del povo maya e por isso tomou-se a decisão de declará-lo patrimônio.
O milho, todas suas variedades, tipos autóctones, próprias, distintivas, originárias ou peculiares dos solos e climas da Guatemala é desde hoje Patrimônio Cultural da Nação, argumenta.
Lembra que o grão tem sido utilizado desde tempos ancestrais na Guatemala e que faz parte da mitologia, a cosmogonia, os calendários e tem sido parte fundamental da espiritualidade e práticas culturais do povo Maya.
Ao declará-lo como patrimônio, o Governo se compromete a realizar todas as ações necessárias para proteger o cultivo, a conservação e a promoção de investigações sobre o milho neste país centro-americano.
Leonel Ángel Raimundo Raimundo da organização CEIBA-Amigos da Terra Guatemala fala sobre os motivos e as consequências deste importante passo legislativo em seu país.
O ativista ambiental conversou com o correspondente da Rádio Mundo Real, Óscar Gálvez indicando que “efetivamente o milho é um produto de consumo diário na Guatemala e bem sagrado porque era base da alimentação. Tem sido identificado como a pérola dos habitantes da Mesoamérica”.
Atualmente existem 112 variedades de milho dos quais 54 podem ser considerados “crioulos”, disse Raimundo.
No contexto político guatemalteco Raimundo alertou sobre o projeto que visa habilitar o cultivo de milhos transgênicos o que representa uma direta ameaça esta espécie declarada patrimonial. “Quase toda a população da Guatemala vê como uma grande ameaça a aprovação de leis que abram as portas aos OMG (transgênicos)”, disse Raimundo.
“Isto vai significar que mais para frente a população seja forçada a comprar milhos importados e não possa plantar suas próprias sementes”, disse acrescentando que “a Soberania Alimentaria está atualmente diante destes projetos em um grande risco”.
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