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27 de Maio de 2009 | Entrevistas | Anti-neoliberalismo
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Há uma década atrás, na Argentina, surgia o movimento “piquetero” através de legiões de desempregados e desempregadas que com suas famílias bloqueavam estradas estratégicas para as empresas extrativas. A exigência era simples: trabalho e pão.
Assim, o mundo soube da existência de pequenos povos petroleiros como Cutral-Có, em Neuquén, Mosconi em Salta ou Ledesma em Jujuy.
Com o passar do tempo, a política institucional e ainda as elites argentinas se apropriaram do termo e da metodologia de protesto popular “piquetero”, na maioria dos casos para acabar desvirtuando-o.
Assim, o documentário “Piqueteras”, das argentinas Malena Bystrowicz e Verónica Mastrosimone adquere um valor especial: em 2002-2003 reconstrói o período 1996-1999 de nascimento do movimento identificado com as “puebladas”, reunindo isso num dinâmico trabalho de 42 minutos.
Fazendo isto apartir de uma perspectiva de gênero, porque conforme Bystrowicz “quando começamos a pesquisar–e foram muitos meses de pesquisa- percebimos que as mulheres eram oitenta porcento do movimento piquetero. Desde fazer a comida para todos até se encarregar da segurança passava por elas, mesmo que a principal exposição na mídia era dos homens”. É que se bem o homem era o que perdia o trabalho, “os caras ou iam buscar trabalho em outro povoado ou se deprimiam com o álcool… não encontravam uma saída a essa situação. Elas viram a necessidade concreta de alimentar seus filhos todos os dias e decidiram sair para bloquear as estradas”.
O documentário foi mostrado nos marcos do festival Globale MVD, experiência com vários anos de antecedentes em Berlim, Alemanha, e que neste ano foi realizado em Montevidéu na chamada Cinemateca Uruguaia e em outras organizações.
O festival surge de um grupo independente que adota o conceito do festival europeu para realizá-lo no Uruguai de 21 a 27 de maio. O grupo organizador tenta “aproximar ao público o cinema documentário” como mecanismo de “denúncia e sensibilização mostrando aspectos da realidade que em geral são ignorados ou manipulados pelas grandes corporações da mídia”.
Entrevista disponível em espanhol
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