“A não ser que atuemos agora, veremos mais e mais desastres pela urbanização sem planificação e a degradação do meio ambiente”, disse a representante especial para a redução de desastres do secretário geral da ONU (Ban Ki-moon), Margareta Wahlström, conforme a agência Europa Press.

“E os desastres relacionados com o clima aumentarão com toda certeza no futuro, devido, entre outros fatores, à mudança climática”, acrescentou Wahlström.

Foram mais de 296.800 pessoas que morreram em 2010 em 373 desastres naturais. Os custos econômicos de todos esses episódios são avaliados em 109.000 milhões de dólares (cifra três vezes superior a de 2009). Nestes números inclui-se o terremoto que abalou a capital haitiana, Porto Príncipe, no dia 12 de janeiro do ano passado, e que matou mais de 220.000 pessoas. Foi a maior catástrofe do ano.

Conforme o Centro de Pesquisa sobre Epidemiologia de Desastres da ONU, o terremoto de fevereiro no Chile, foi considerado a catástrofe natural que mais custou em termos econômicos, com danos calculados em 30 bilhões de dólares. Logo, em abril, outro sismo acabou com a vida de 2.968 pessoas na China.

Existem outros desastres naturais que são consequência, pelo menos em parte, da mudança climática mundial. Cerca de 2.000 pessoas perderam a vida em inundações massivas no Paquistão. Uma onda de calor russa no verão provocou a morte "de forma direta” cerca de 56.000 pessoas, o que foi o segundo desastre mundial em quantidade de vítimas, depois do terremoto no Haiti.

Calcula-se que cerca de 207 milhões de pessoas foram atingidas em todo o mundo por desastres naturais como inundações, deslizamentos de terra e terremotos.

O embaixador da Bolívia na ONU, Pablo Solón, disse no dia 8 de dezembro na XVI Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas, no México, que a “cada ano, por causa da mudança climática e dos desastres naturais que provoca, morrem 300.000 pessoas”. A conferência de Cancun não determinou reduções obrigatórias de emissões contaminantes para os países do Norte, principais responsáveis pela crise do clima.

Este ano não começou nada bem. As intensas precipitações e conseguintes deslizamentos de terras a meados deste mês no estado do Rio de Janeiro já provocaram a morte de cerca de 850 pessoas, conforme a agência Prensa Latina. Cerca da metade morreu no município de Nova Friburgo.

O Ministério Público do Rio de Janeiro divulgou uma lista de 518 desaparecidos. O governo nacional já destinou cerca de 695 milhões de dólares para socorrer as vítimas e ajudar na reparação dos enormes danos causados pelos deslisamentos de terras. Trata-se da pior catástrofe natural da história do Brasil.

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