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19 de Fevereiro de 2013 | | | | |

Quem são os invasores?

Honduras: quatro mil famílias camponesas continuam com processos de recuperação de terras no país

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Nos dias 17 e 18 de fevereiro, três organizações camponesas hondurenhas decidiram ocupar terras após um processo de tentativa de recuperação longa e sem resultados que foi respondida com desalojamentos violentos e detenções.

Os integrantes da Associação para o Desenvolvimento Camponês do Progresso (ADCP) voltaram na noite do domingo 17 a terras que, mesmo tendo sido desapropriadas pelo Estado através do Instituto Nacional Agrário (INA), estavam sendo exploradas pela empresa Azucarera del Norte SA (AZUNOSA).

São 3.659 hectares que a meados do ano passado já haviam sido ocupadas pelas famílias, sendo logo reprimidas e alguns de seus integrantes presos.
São 2500 as famílias que iniciaram essa ocupação.

Simultaneamente, também no norte do país centro-americano, outras 1500 famílias organizadas no Movimento Camponês de San Manuel Cortéz (MOCSAM) entraram em uma área de quase três mil hectares) para se assentar e produzir alimentos.
Nesta seguda-feira 18, outras famílias camponesas organizadas do departamento de La Paz pertencentes à Empresa Asociativa Campesina “Juan Almendarez Bonilla” da comunidade das crucitas Santa María, tomaram cerca de 70 hectares de terra.

As ocupações buscam garantir às famílias meios básicos para a produção de alimentos, além de denunciarem as nefastas consequências da Lei de Modernização e Desenvolvimento do Setor Agrícola – que consideram inconstitucional e por isso pedem que seja revogada- e da criação das chamadas “cidades modelos”, projeto que visa concessionar setores completos do território para empresas estrangeiras, limitando assim a soberania do estado sobre esses territórios.

“Nosso objetivo é criar cidades modelos camponesas” diante da falta de vontade oficial para solucionar as necessidades dos moradores do campo hondurenho, é o que indicam em uma declaração divulgada na segunda-feira as organizações da Via Campesina Honduras.

Sem fim

Algumas horas antes de começarem as ocupações, houve dois novos assassinatos de membros do movimento camponês da zona de Bajo Aguán, somando nove crimes nessa região no que vai de 2013. Neste caso as vítimas foram Santos Cartagena, membro do Movimento Unificado Camponês de Aguán (MUCA) e José Trejo Cabrera, irmão de um advogado defensor das causas dos campesinos, assassinado em setembro do ano passado na capital Tegucigalpa.

Magdalena Morales, secretária geral da ADCP contou à Rádio Mundo Real* como foi o processo de ocupação de terras desde julho do ano passado, com dois processos de desalojamento e várias ameaças de morte. Indicou que o juiz que ordenou os desalojamentos carregava armas e manteve seu rosto coberto.

“Ontem17 de fevereiro as 2500 famílias decidiram ocupar, embora sabemos que vai haver repressão, porque para nós os camponeses, a repressão é o pão de cada dia, e para os verdadeiros invasores deste país existem grandes remissões de dívidas e todo o direito a seu favor”, diz Magdalena.

A liderança lamentou as novas mortes em Aguán e afirmou: “nós camponeses sentimos raiva ao saber que caem pessoas que verdadeiramente querem defender a causa da terra” e são assassinadas para prejudicar as organizações camponesas.
Magdalena disse que sua organização sente-se solidária com todas aquelas que têm iniciado recuperações de terras e que permanecerão nelas até que seja regularizada sua situação.

Os camponeses criticam o Congresso considera que trata-se de uma usina de geração de medidas que só têm gerado crise agrária e alimentar. Magdalena exige o agir do estado hondurenho para proteger as famílias camponesas das ameaças constantes de empresários e latifundistas.

* Magdalena foi entrevistada pela comunicadora da Via Campesina Honduras, Mabel Márquez, para Rádio Mundo Real.

(CC) 2013 Radio Monde Réel

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